PORTO – Terminou a 19.ª edição do Porto Open, que coloca um ponto final na história do maior torneio da cidade invicta como até aqui era conhecido.
Adeus, Clube de Ténis do Porto.
Até já, Monte Aventino.
Esta é a principal novidade para o próximo ano, em que se celebrará a chegada às duas décadas de torneio. Pela primeira vez desde 2010, quando trocou o Complexo Desportivo do Monte Aventino pelo Clube de Ténis do Porto, o Porto Open estará de volta a “casa”.
Um regresso que coincide com a gestão do complexo assumida pela Federação Portuguesa de Ténis, que vai revolucionar por completo aquele espaço: serão construídos três campos de piso rápido cobertos, transformados três courts ao ar livre em cinco (todos em piso rápido), repostos os já existentes dois campos cobertos (de carpete passam a terra batida) e alterada a superfície do court central (que tem capacidade para cerca de 850 espetadores), também para piso rápido.
Quer isto dizer que a 20.ª edição do Porto Open marcará a mudança de superfície da terra batida para o piso rápido, uma estreia quer para o torneio, quer para os grandes eventos no Norte do país — onde o pó de tijolo prepondera.
Como disse ao Raquetc o diretor do torneio e Presidente da Associação de Ténis do Porto, António Paes de Faria, “acontecendo nesta data, é muito mais interessante o torneio jogar-se em piso sintético porque depois de Wimbledon é nesta superfície que se passa a jogar e a própria ITF tem a ideia de alinhar mais os pisos em que são jogados os vários torneios, como já fazem a ATP e a WTA.”
Se a mudança de piso é um caso fechado, a categoria em que se enquadrará o Porto Open 2019 ainda não: na apresentação do torneio, e em declarações aos canais oficiais já durante o torneio, Vasco Costa — o Presidente da Federação Portuguesa de Ténis — expressou a vontade de o fazer regressar a palcos maiores, ou seja, ao circuito Challenger ATP, mas ainda não está nada fechado: “A ideia é subir o nível, sempre, e neste momento faz sentido que isso aconteça no quadro masculino porque é o torneio que vai servir melhor os jogadores portugueses, mas neste momento ainda não temos confirmação”, disse Paes de Faria.
“Quando soubermos que temos esses apoios, e acredito que até setembro ou outubro o possamos saber, aí sim faremos o anúncio”, acrescentou. Até porque ainda há questões a resolver: “O Porto não vai ser a cidade do desporto, como foi Braga, e não está a planear ser a capital europeia do desporto, como Lisboa, que são ocasiões em que há maiores investimentos em eventos, portanto temos de trabalhar com mais cuidado com os patrocinadores para lhes fazermos ver que este é um torneio que quer subir e ficar cá por uns tempos. Estamos a tentar fazer um acordo com um ou dois patrocinadores fortes para dois ou três anos. Para um ano há abertura mas queremos mais, porque entendemos que é muito importante crescer e conseguir estabilizar o torneio.”
Independentemente do que venha a ser acordado, é certo também que o torneio continuará a ser combinado (isto é, com quadros masculinos e femininos em simultâneo), estando assim assegurada a continuidade de uma das suas grandes imagens de marca no panorama português.
E porque é importante não esquecer quem faz parte da história e ajuda a escrevê-la, não está fora da mesa a continuidade da ligação ao Clube de Ténis do Porto, que este ano celebra o seu 50.º aniversário — muito pelo contrário: “O clube já está a ficar com saudades e já nos está a fazer perguntas, pelo que eventualmente podemos manter uma relação e se calhar invertemos: passa o Porto Open júnior para aqui. As instalações são muito próximas por isso é fácil, o staff está sempre perto.”
É esperar para ver, com a certeza de que daqui a 12 meses, quando a nova edição acontecer, muitas serão as mudanças.
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