De um lado Tiago Cação (595.º ATP), do outro Francisco Cabral (1005.º). Amigos, parceiros de treino e, por vezes, até de pares, os dois mediam forças naquele que era o único embate 100% português da primeira ronda masculina do Porto Open 2018. E assim foi, até que a falta de luz natural — e a vontade de ambos — ditou o adiamento da conclusão do encontro.
Quando, às 20h14 de quarta-feira, ficou decidido que o encontro entre os dois jogadores portugueses seria concluído na jornada seguinte, era Francisco Cabral quem liderava (por 6-4 e 3-1). Esta quinta-feira, quando concluído, o marcador apontava um resultado totalmente diferente: 4-6, 6-3 e 6-1 a favor de Tiago Cação.
Sexto cabeça de série do torneio de 25.000 dólares que se realiza na terra batida do histórico Clube de Ténis do Porto, Tiago Cação até tinha entrado melhor na “primeira parte” do encontro: conseguiu o break e chegou ao 4-2 no primeiro set. Mas entre estes dois, que tão bem se conhecem, tudo pode acontecer e o marcador deu várias voltas, com Francisco Cabral — vice-campeão nacional absoluto em 2015 e 2016 — a recuperar para, quase num piscar de olhos, se colocar a vencer por um set e um break.
Pelo andar do encontro e atitudes dos dois jogadores, quase se podia pensar que a tarefa estava “arrumada”: Cabral não só estava na frente do marcador como tinha o ascendente a nível mental. Mas foram várias as vezes em que o portuense investigou a possibilidade de se interromper o encontro e no final do quarto jogo o cenário acabou mesmo por se verificar — para grande surpresa de muitos.
Ora, esta quinta-feira Tiago Cação voltou “outro”. Aproveitada a oportunidade que teve de reorganizar as ideias, o jovem penichense de 20 anos não perdeu tempo: venceu o segundo set sem ceder um único jogo (de 1-3 para 6-3) e também entrou “com tudo” no terceiro, concluindo a tarefa quando, entre os dois dias, o relógio apontava 2h21.
Na luta por um lugar no top-8 da prova nortenha, o jovem atleta do CAR – Centro de Alto Rendimento já sabe que terá pela frente o qualifier brasileiro Gabriel da Silva, carrasco de Tomás Almeida na jornada desta terça-feira. O duelo acontecerá ainda esta quinta-feira, mais para o final da tarde, e em caso de vitória juntar-se-á ao compatriota Nuno Borges, que abriu o dia a ganhar.
Luís Faria e Daniel Batista ficaram pelo caminho
Ao contrário de Tiago Cação, Luís Faria e Daniel Batista seguiram o caminho da derrota na quarta-feira.
Faria, de 19 anos e número 1246 mundial, cedeu perante o brasileiro Wilson Leite (716.º) com os parciais de 6-2 e 7-6(1), ao passo que Batista, galardoado com um convite por parte da organização e atual 1186.º do ranking, sucumbiu diante do quarto favorito, o alemão Tobias Simon (480.°), por 6-4 e 6-3.