Depois de três vitórias em sets diretos, Juan Martín del Potro teve nos oitavos de final o seu primeiro grande teste nesta 132.ª edição de Wimbledon mas acabou por superá-lo com êxito e garantiu assim o apuramento para os quartos de final do Major britânico, onde terá pela frente… Rafael Nadal. Mas já lá vamos.
A “Torre de Tandil”, que já deixou pelo caminho no All England Club o muito complicado Feliciano López e o sempre imprevisível Benoit Paire sem ceder um único set, ultrapassou novo opositor francês, desta feita a “velha raposa” Gilles Simon (53.º ATP e um antigo número seis mundial), com os parciais de 7-6(1), 7-6(5), 5-7 e 7-6(5), num encontro adiado de ontem para hoje pela falta de luz natural e que se prolongou por quatro horas e 31 minutos.
Num embate que ditou a perda do seu primeiro parcial no torneio, del Potro sobreviveu a um duro teste quer do ponto de vista psicológico (Simon é um dos tenistas mais exigentes nesse aspeto), quer físico (desgaste acumulado pelas longas trocas de bola a que o gaulês obriga). E tal facto foi visível em especial na primeira e segunda partidas, nas quais o atual quarto melhor jogador do ranking teve de se aplicar a fundo para depois prevalecer em ambos os tiebreaks.
O terceiro parcial, por sua vez, demonstrou um Simon que, contrariamente ao que provavelmente seria de esperar atendendo à desvantagem de dois sets a zero que tinha no marcador, não se deu por vencido e, simultaneamente, um Juan Martín del Potro mais “desleixado” dado o avanço confortável que acabara de ganhar no placar, o que acabou por se materializar no triunfo do jogador oriundo de Nice.
Com a discussão remetida para uma quarta partida, que coincidiu precisamente com o reatamento da contenda esta terça-feira, del Potro conseguiu recompor-se e esfriou as ideias para assentar o seu melhor ténis e, consequentemente, obteve um precioso break ao quarto jogo. A partir daí, o campeão do US Open 2009 foi conservando essa vantagem no marcador até se colocar em posição de servir para fechar o encontro, tendo nesse momento vacilado e permitido a recuperação a Gilles Simon.
Assim, o duelo franco-argentino iria desembocar pela terceira ocasião em quatro parciais num tiebreak e, à semelhança dos anteriores, foi o mais cotado dos dois protagonistas que puxou das suas credenciais para ser mais uma vez bem sucedido e encaminhar assim para o seu lado uma vitória sofrida e “arrancada a ferros”.
Qualificado para o top-8 em SW 19 apenas pela segunda vez na carreira, o atleta albiceleste vai agora à procura de igualar a sua melhor prestação de sempre no Grand Slam inglês, as meias-finais em 2013, quando medir forças com um tal de Nadal, número um mundial, naquele que deverá ser o “prato forte” da jornada de quarta-feira. O confronto direto entre ambos dita um ascendente de 10-5 para o espanhol, que venceu em quatro partidas o único encontro entre ambos decorrido em Wimbledon, nos oitavos de final da edição de 2011.
