GUIMARÃES – Depois de uma semana a competir em piso rápido, o último dia do Hendo Guimarães Ladies Open forçou as finalistas a uma mudança de planos drástica: a adaptação rápida ao campo coberto de terra batida, o único onde a final de singulares poderia ser concluída e ao qual Maria João Koehler se adaptou com a ajuda de uma improvisada — tal como a final — “ida às compras”.
Porque se até aqui tinha disputado quatro encontros (e treinado) no piso rápido poroso do Clube de Ténis de Guimarães, que prefere, este domingo Maria João Koehler teve de mudar de superfície. Uma situação que não estava prevista e para a qual, por isso, nenhuma das jogadoras estava preparada.
Sem calçado próprio para a superfície, a tenista portuguesa caiu logo durante o aquecimento para o encontro. E foi aí que a “ajuda” chegou — por sorte, na loja do clube estava disponível um par com tamanho e forma bem ao jeito da por seis vezes campeã nacional absoluta. Mais uma prova de que, no Norte, se sente realmente em casa.
Depois da vitória, muito celebrada por significar o regresso aos títulos pela primeira vez desde o ano de 2012, quando em Astana conquistou aquele que ainda é o título mais importante da história do ténis feminino português (num torneio de 100.000 dólares), Maria João Koehler falou com o Raquetc sobre o encontro. “Não foi um jogo fácil, houve muitas emoções à flor da pele e saí um bocadinho do meu foco, talvez por ser uma final, mas tentei focar-me ao máximo e manter-me presente em todos os pontos. Estou contente, obviamente.”
“No terceiro set houve um jogo determinante, que foi do 2-1 para o 3-1. Depois disso ela foi um bocadinho abaixo, eu mantive-me mais lúcida e sólida e consegui segurar o encontro até ao fim, o que me deixa muito contente”, concluiu sobre a final, numa altura em que já estava rodeada dos vários apanha bolas e jovens espetadores que não quiserem perder a última oportunidade de pedir uma fotografia… Ou uma recordação.
Se a vitória no Clube de Ténis de Guimarães é importante, Maria João Koehler não vai demasiado longe e lembra que “mesmo quando estava na melhor fase da minha carreira, com melhor ranking e mais em forma, não ganhei muitos títulos. Fiz bastantes finais, algumas em torneios de 50.000 e 25.000 dólares, e é verdade que é sempre muito melhor ganhar do que perder, mas nunca ganhei muitos títulos e não acho que esse seja um indicativo exato do que se passa. Nunca o tive como um fator determinante, mas sim procurar sempre evoluir e tornar-me melhor jogadora, porque é aí que o foco tem de estar para os resultados aparecerem.”
Depois de Guimarães, segue-se Corroios. Esse será o último torneio desta série de 15.000 dólares, com Palmela, Figueira da Foz e Porto a receberem, nas semanas seguintes, eventos de categoria superior.