Chama-se Pierre-Hugues Herbert, tem 27 anos e nos dias de hoje ainda (muito) melhor currículo para mostrar em pares, onde já venceu dois torneios do Grand Slam, do que em singulares. No entanto, é nele que, a partir deste momento, recai toda a esperança de um povo.
Porque em poucas horas a representação francesa no quadro principal de singulares masculinos de Roland Garros ficou reduzida de quatro a um jogador. O primeiro a “abandonar o barco” na jornada deste sábado foi Lucas Pouille, que num encontro suspenso da jornada anterior não conseguiu reagir para encontrar as muitas soluções necessárias para dar a volta ao russo Karen Khachanov, que já trazia uma vantagem considerável e acabou mesmo por vencer, com 6-3, 7-5 e 6-3.
Depois, Richard Gasquet. Por mais mágico que seja, o talentoso tenista falhou, uma vez mais, na árdua tarefa de passar por cima do Rei da Terra Batida, Rafael Nadal, que ao 16.º encontro entre ambos no circuito profissional fez mais do mesmo: venceu, agora pela 16.ª vez (e novamente em parciais diretos).
E não demorou muito até se dar mais uma baixa “da casa”. No court Philippe Chatrier, aquele que foi um dos maiores duelos do dia — e do torneio — acabou por sorrir ao “pequeno” David Goffin, que riu por último perante o artístico Gael “La Monf” Monfils. Não foi fácil, e basta prestar atenção ao resultado (6-7[6], 6-3, 4-6, 7-5 e 6-3, depois de salvar quatro match points no quarto set) para o perceber, mas acabou mesmo por acontecer e é neste momento da história realidade que voltamos ao nome de Pierre-Hugues Herbert.
A jogar pela primeira vez na carreira a terceira ronda do “seu” torneio do Grand Slam, o jogador nascido em Schiltigheim (e atual número 87 do ranking) já brilhou muito nos grandes palcos. Mas em pares, onde tem como pontos altos a conquista de dois Majors, e tenta agora fazê-lo em singulares. Como se a inexperiência neste tipo de andanças não bastasse, irá entrar no court Suzanne Lenglen já com a certeza — e pressão — de ser o único tenista da casa ainda em prova no quadro masculino.
Só o tempo dirá como se sairá mas uma coisa é certa: os franceses estão fartos de esperar — desde 1983, pelas mãos de Yannick Noah, que um dos seus jogadores não ergue o troféu de campeão de um torneio do Grand Slam. Na altura, aconteceu precisamente em Paris.