Faltavam cinco minutos para as 22h00 (hora de Lisboa) quando Frederico Marques acedeu ao contacto do RAQUETC. O treinador português e João Sousa tinham acabado de chegar a Paris e preparavam-se para cumprir a tradição de jantar no restaurante de sempre.
“Vamos agora jantar ao nosso restaurante habitual (onde vamos todas as noites jantar desde o primeiro ano que disputamos Roland Garros — 2012)”, contou Frederico Marques, que sem delongas abordou a preparação gizada para encarar o segundo Grand Slam da época.
“A preparação vai ser de maneira gradual. Estamos tranquilos e a recuperar fisicamente e mentalmente da exigência das últimas semanas. Na sexta-feira da parte da manhã já teremos o Max [Tosello, antigo fisioterapeuta de Flavia Pennetta e que também trabalha, atualmente, com Fabio Fognini] a juntar-se à equipa”, indicou.
“Amanhã realizaremos o primeiro treino da parte da manhã (treino físico) e da parte da tarde jogaremos no campo principal. É importante competir nos campos oficiais e foi uma das nossas prioridades. Felizmente vai acontecer nos dois primeiros dias”, acrescentou.
O dia de estreia de João Sousa nesta 122.ª edição de Roland Garros ficará a ser conhecido esta sexta-feira, dia 25, e para sábado está marcada uma sessão de trabalho mais “competitiva” com Pablo Carreño Busta, de maneira a preparar da melhor forma uma eventual estreia já no domingo.
Primeiro adversário: Guido Pella
O nome de João Sousa foi o segundo a aparecer no quadro principal de singulares do torneio, aquando da cerimónia do sorteio, depois de Alexandr Dolgopolov. O de Guido Pella veio a seguir, definindo assim um duelo luso-argentino na ronda inaugural.
“Temos pela frente um adversário experiente, um adversário a jogar na sua superfície favorita, um adversário forte fisicamente e que vem de bons resultados (quartos de final em Genebra). Temos ainda alguns dias para recuperar mentalmente e fisicamente, assim como para preparar o encontro tacticamente da melhor maneira”, apontou.
Guido Pella, de 28 anos, é o atual 81.º classificado do ranking, mas já esteve no top 40. E porque estamos a falar de um Grand Slam, o tipo de torneios que todos os tenistas querem jogar, Frederico Marques alerta para a dificuldade do quadro.
“O quadro é exigente, mas não poderia ser outra coisa… estamos a falar de um Grand Slam. Neste torneio estão os melhores 100 jogadores do mundo. Não existem quadros fáceis, nem jogos impossíveis. Todos os atletas preparam-se da melhor maneira para chegar na melhor forma a estas duas semanas”, afirmou.
Lyon foi má opção, assume Frederico Marques
A participação de João Sousa, esta semana, no ATP 250 de Lyon não deixa saudades. Horas depois de ter perdido no encontro de estreia frente ao qualifier Filip Horansky, o português uniu-se ao argentino Federico Delbonis no duelo de pares, mas sem sucesso.
“Chegámos em ótimas condições em termos de golpes e taticamente. Estamos mais completos depois da semana de Roma. A vertente de pares é fantástica para trabalhar e melhorar aspetos como a resposta e o serviço. Mas quando se joga bem, como aconteceu, por vezes aparece o desgaste mental”, sublinhou.
A explicação para a passagem fugaz por Lyon surgiu pouco depois: “Não tivemos um João mentalmente agressivo, um João paciente e com capacidade de encontrar soluções. Tivemos um João cansado mentalmente e com pouca lucidez. Foi uma má opção minha ter apostado naquele torneio”, admitiu.
O que lá vai, lá vai. E agora o foco é só um. “Cabe-me a mim ajudar neste momento na recuperação e ajudar da maneira mais eficiente na preparação do segundo Grand Slam do ano”, vincou.