O ténis tem destas coisas: no domingo passado, Marco Cecchinato (92.º) dizia adeus ao ATP 250 de Budapeste depois de ter perdido na última ronda do qualifying; uma semana depois, o tenista italiano de 25 anos acaba de conquistar o título no evento húngaro, o primeiro da categoria. Como? Tudo graças ao estatuto de lucky loser, que lhe permitiu aceder ao quadro principal depois da desistência de Laslo Djere, que tinha tido entrada direta, e, agora, festejar.
Eliminado na derradeira etapa da fase de qualificação, Cecchinato viu a sorte bater-lhe à porta e o transalpino aproveitou essa “segunda vida” para deixar pelo caminho todos os opositores que se intrometeram no seu trajeto rumo à melhor semana da carreira, culminada com um triunfo por 7-5 e 6-4 sobre John Millman (94.º) na grande final.
Numa decisão de estreia para qualquer um dos dois intervenientes, o atleta natural de Palermo foi mais competente do que o seu adversário australiano de 28 anos, também ele a realizar o melhor torneio da carreira a este nível como comprovam as vitórias sobre o primeiro pré-designado e campeão em título, Lucas Pouille (11.º), e o quinto favorito e vice-campeão do ano passado, Aljaz Bedene (57.º), já na manhã deste domingo.
No entanto, Millman não conseguiu replicar esses excelentes triunfos esta tarde em plena jornada dupla. Mais fresco em todos os aspetos, Marco Cecchinato aproveitou essa vantagem da melhor forma possível para se impor ao tenista oriundo de Brisbane em duas partidas extremamente equilibradas e discutidas mas que acabaram por pender nos detalhes para o mesmo lado.
Assim, Cecchinato, detentor de cinco títulos de nível Challenger (um deles conquistado já este ano, em Santiago do Chile), consegue logo à sua primeira final estrear-se na galeria de campeões ATP e irá fixar-se num novo máximo de carreira, devendo entrar de forma inédita no top-60 mundial (está provisoriamente na 59.ª posição) e ultrapassando desse modo o seu anterior melhor ranking de 82.º, alcançado no início de outubro de 2015.
