João Sousa volta a ser derrotado no encontro de estreia em Barcelona

O coração está em Portugal, mas é em Barcelona que reside há cerca de 14 anos e, por isso, o Barcelona Open Banc Sabadell é um dos torneios em que João Sousa joga, literalmente, em casa. Mas nos últimos anos isso não tem sido sinónimo de felicidade e esta terça-feira o número 1 nacional voltou a despedir-se do evento catalão no encontro de estreia.

Em casa porque há 15 anos escolheu a cidade catalã como residência — estando, por isso, mais perto do histórico Real Club de Tenis Barcelona (onde se realiza o torneio) do que o seu adversário, Jaume Munar, que vive em Palma de Maiorca –, o número 1 nacional não entrou bem em pista e desde cedo se percebeu que o “carro” do espanhol vinha com outro andamento.

De tal forma que o piloto — perdão, jogador — da casa conseguiu imprimir duas quebras de serviço nos cinco primeiros jogos e agarrar rapidamente uma vantagem de 4-1, que se revelaria muito preciosa: é que a reação de João Sousa aconteceu, e de imediato, mas dois breaks acabaram por significar uma diferença demasiado grande e assim foi o número 174 do mundo quem passou na frente ao final da primeira volta.

Porque não entrou bem, o melhor jogador português de todos os tempos teve de fazer várias manobras até conseguir igualar a contenda, um processo no qual foi bem sucedido mas não sem antes demonstrar, por inúmeras vezes, vários sinais de desagrado com o que ia fazendo em campo. Sempre muito preso no braço que transporta a “arma”, Sousa, que não só não estava a ser eficaz como apresentava pouca criatividade, conseguiu vencer o segundo set graças ao seu espírito de lutador (ou Conquistador…), mas nem com esse fator de motivação passou a dar boas sinais.

Já Jaume Munar, apresentou a calma e serenidade necessárias para uma ocasião destas. O que, para um jovem de 20 anos, é importante dizer, não deixa de ser surpreendente e digno de ser assinalável. É que devido ao ranking o espanhol ainda está pouco habituado a estas circunstâncias — é, aliás, apenas o quarto quadro principal de torneios ATP que disputa –, mas quem não o soubesse não dava por isso.

Porque o terceiro set Munar abriu-o a quebrar, como se de um carro com pneus novos se tratasse, e pronto para olhar para a meta que dele se aproximava cada vez mais. Não foi um sprint, porque do outro lado estava um João Sousa que apesar de longe da sua melhor forma lhe ofereceu resistência, mas foi uma maratona feliz para o jovem espanhol, que ao vencer por 6-4, 3-6 e 7-5 soma a primeira vitória da carreira em quadros principais de torneios ATP (segunda, se contarmos que em 2015 passou à segunda ronda do ATP 500 de Hamburgo depois de ver Guillermo Garcia-López desistir ao fim de apenas três jogos).

Quanto a João Sousa, o jogador treinado por Frederico Marques continua a não ser feliz naquele que é um dos torneios onde pode dizer que joga em casa: porque se nos primeiros anos a jogar em Barcelona teve razões para celebrar (em 2012 passou o qualifying e uma ronda antes de cair para Fred Gil em três sets e em 2015 cumpriu com sucesso a estreia no quadro principal), nas últimas três épocas caiu sempre no encontro de estreia. A diferença é que em 2016 e 2017 esse encontro tinha sido na segunda ronda, devido ao estatuto de cabeça de série que lhe permitia ficar isento da primeira eliminatória.

A próxima paragem é, claro, o Millennium Estoril Open, onde João Sousa procurará conquistar a primeira vitória na prova.

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