Tem 31 anos, está velho, já enfrentou demasiadas lesões. Bom, o melhor seria retirar-se antes que os resultados deixem de fazer jus à sua carreira.
Durante muitos, muitos meses, este foi um pensamento que passou por diversas vezes para todo o tipo de plataformas. Desde os tradicionais jornais impressos, aos onlines e, claro, as redes sociais. Rafael Nadal estava a ficar velho e, portanto, acabado.
Pois bem, agora, com 31 anos, o espanhol é novamente o líder do ranking ATP e este sábado conseguiu alcançar um registo inédito na sua carreira, mesmo tratando-se daquela que é, sem margem para dúvidas, a superfície em que mais domina: a terra batida.
Isso mesmo, uma marca que mesmo depois de tudo o que já conquistou consegue ser melhor do que todos os anteriores registos: é que ao derrotar Grigor Dimitrov (por claros 6-4 e 6-1, diga-se — mas já lá vamos), o maiorquino chega à notável marca de 34 sets ganhos consecutivamente na terra batida, batendo o seu melhor registo (32, entre as meias-finais do Masters 1000 de Madrid, em 2010, e o de Monte Carlo, em 2011).
Como? Bom, ganhando todo e qualquer parcial jogado no pó de tijolo desde que apagou da memória a derrota para Dominic Thiem no Masters 1000 de Roma, há menos de um ano.
A única jogada segura é apostar nele
Enquanto a escassos metros do Monte-Carlo Country Club milhares de jogadores frequentam um dos casinos mais famosos do mundo, resta-nos escrever que, neste momento, a única jogada segura será “apostar” no espanhol.
É que Nadal, por 10 vezes campeão em Monte Carlo (isso mesmo, 10 vezes), tem destruído todo e qualquer jogador que a ele se atravesse na terra batida monegasca: começou por ceder apenas quatro jogos frente a Aljaz Bedene e, depois, cinco perante Karen Khachanov.
E se se esperava que, ao chegar aos quartos de final, o nível de dificuldade aumentasse, o jogador espanhol fez o que só está ao alcance dos melhores da história — elevou o nível e “humilhou” dois dos seus colegas do top 10: 6-0 e 6-2 a Dominic Thiem, visto como o seu maior rival na próxima edição de Roland Garros, que na véspera tinha derrotado Novak Djokovic, e já hoje 6-4 e 6-1 frente a Grigor Dimitrov.
Alexander Zverev e Kei Nishikori vão defrontar-se na outra meia-final, e é impossível olhar para esse encontro sem pensar em qual será a próxima vítima do “toro”. As surpresas acontecem, sim, mas com a forma que Nadal está a apresentar parecem cada vez menos prováveis nas próximas semanas…