Thiem derrota Djokovic e reforça candidatura ao título em Paris

Dominic Thiem-MC
Fotografia: Rolex Monte-Carlo Masters

Se um torneio fosse encarado como uma eleição, Dominic Thiem seria o líder de um dos principais partidos a lutar pela vitória num qualquer domingo. Não é, mas as diferenças não são assim tantas se houver um pouco de imaginação à mistura: se pensarmos em Roland Garros dessa forma, são vários os “candidatos” mas poucos os verdadeiros candidatos e esta quinta-feira o tenista austríaco deu um passo importante na ainda precoce fase de candidaturas.

Como? Ao derrotar Novak Djokovic na terra batida do histórico Monte-Carlo Country Club, um palco onde o tenista sérvio já venceu por duas vezes e que serve de primeira impressão ao que aí vem nas semanas que se seguem. Pode, no fundo, ser visto como umas eleições primárias, e a vitória (com um 6-7[2], 6-2 e 6-3 no boletim) quer dizer qualquer coisa.

Porque mesmo não se tratando de um encontro decisivo – jogava-se por um lugar nos quartos de final e não o título – e não sendo este o Novak Djokovic que o mundo de ténis tanto se habituou a ver ganhar, Dominic Thiem colocou um travão naquele que é um dos três jogadores que vão a jogo em Paris sabendo como erguer o Troféu dos Mosqueteiros.

Como em qualquer percurso, também o do austríaco, número 7 mundial, teve os seus percalços. O mais flagrante deles todos logo no primeiro set, quando Thiem liderou por 5-3 e perdeu o serviço para dar a Djokovic um fôlego que, já se sabe, pode ser fatal — e foi mesmo: o sérvio salvou três set points e, já no tiebreak, adiantou-se no marcador.

Só que o ritmo ainda não está lá, ou pelo menos não como o ex-líder do ranking (atual 13.º) gostaria, e foi Dominic Thiem quem, com duas quebras de serviço, sorriu de forma constante no parcial seguinte para empatar a contenda. Chegada a hora de todas as decisões — e aqui despedimo-nos da linguagem política –, um break bastou para o mais novo dos dois jogadores poder fazer a festa.

Com esta vitória, Dominic Thiem adiciona às suas já bastante grandes credenciais mais um motivo para embalar nesta série de torneios de terra batida com a confiança e objetivos que a sua carreira — e talento — já lhe permite.

Mas passo a passo é o segredo não tão secreto para o sucesso e, antes de se pôr a pensar num título em Monte Carlo (que a acontecer será o maior da carreira), tem de olhar para o duelo dos quartos de final. E aqui… Aqui poderá dar-se um episódio que muitos vêem como o frente a frente entre os dois jogadores que mais condições reúnem para ir até ao fim em Paris: o austríaco e o número 1 mundial Rafael Nadal, que quer num palco, quer no outro procura erguer o troféu de campeão pela 11.ª vez na carreira.

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