Chegou ao fim a participação de João Sousa no ATP 250 de Marraquexe, com o número 1 português a ser derrotado nas meias-finais do quadro principal de singulares por um jogador que já esteve no top 40 do mundo e que nas últimas duas semanas já soma nove vitórias em nove encontros.
A jogar pela 15.ª vez a penúltima fase de um torneio do circuito ATP, o “Conquistador” queria aumentar ainda mais um registo que roçava a perfeição (10-4), mas Pablo Andújar revelou-se demasiado forte. E assim, aos 32 anos, graças aos parciais de 6-4 e 6-4, o espanhol garante a presença numa final pela oitava vez, ele que inclusive já foi muito feliz em Marrocos.
A modesta 355.ª posição que ocupa atualmente só engana. É que o tenista natural de Cuenca estabeleceu-se, não há muito tempo, como um dos melhores do mundo (foi 32.º em 2015) e só saiu de lá devido a um apanágio de lesões. Mas os guerreiros saem sempre por cima e Andujar não foi exceção, sabendo ser muito paciente para no momento certo voltar em força.
São os resultados que o dizem: depois de algumas (e naturais) derrotas, conquistou, na semana passada, o Challenger de Alicante com vitórias sobre Gonçalo Oliveira na primeira ronda, o número 99 do mundo, Marco Cecchinato, nas meias-finais e Alex de Minaur (uma das sensações deste início de ano) na grande final. Já esta semana, superou os três primeiros desafios que enfrentou para chegar a este encontro com o português, que tal como ele se viu forçado a uma jornada dupla depois de toda a ação prevista para sexta-feira ter sido cancelada devido à chuva que caiu com intensidade um pouco ao longo de todo o dia.
Ou seja, a vitória de Pablo Andújar frente a João Sousa não é tão surpreendente quanto se poderia pensar, apesar do vimaranense ter partido como favorito para o encontro. Ainda para mais acontecendo em território marroquino, onde conquistou dois dos três títulos da carreira (em 2011 e 2012, quando o torneio ainda acontecia em Casablanca).
O próximo adversário do veterano e guerreiro espanhol será Kyle Edmund, o número 1 britânico que afastou de forma categórica Malek Jaziri (6-2 e 6-1) e Richard Gasquet (6-3 e 6-4) para garantir presença numa final ATP pela primeira vez na carreira e, ao mesmo tempo, um novo máximo: será o 23.º posicionado no ranking se perder, 20.º se ganhar.
Quanto a João Sousa, enfrenta agora uns dias de descanso não programados. Isto porque devido à boa prestação neste torneio ATP se viu forçado a desistir do Masters 1000 de Monte Carlo, onde ia jogar a fase de qualificação (que arrancou este sábado). Assim, a próxima paragem do número 1 português e seu treinador, Frederico Marques, será uma cidade que tão bem conhecem: Barcelona, onde vivem e recebe o histórico Barcelona Open Sabadell (ATP 500) a partir do próximo fim de semana.