Tratando-se de um “gigante”, a tarefa de derrubar Kevin Anderson não se adivinhava nada fácil. Que o diga Pablo Carreño Busta: desde 2013 defrontou o sul-africano por quatro vezes, todas sem sucesso. Após o último confronto – bem recentemente no Masters de Indian Wells -, a paciência do tenista de Gijon esgotou-se. “É muito frustrante cada vez que o defronto”, atirou aos jornalistas no final.
Amarrado com um sentimento de impotência, ainda viu o sorteio seguinte ditar um novo choque entre os rivais. Aqui o rumo da história tinha de se inverter. O espanhol foi buscar forças a recantos do seu ser que nunca ousou explorar, transformando a impotência em astúcia, serenidade e sobretudo inteligência. Se Kevin Anderson é uma velha raposa, Carreño-Busta tinha de se tornar uma hiena.
Na jornada desta quinta feira do Miami Open assistiu-se ao início de um novo capítulo desta saga. O jogador de 26 anos fez tudo o que precisava de fazer e triunfou finalmente sobre o “gigante”, por 6-4, 5-7 e 7-6(6), em duas horas e 42 minutos, conquistando assim pela segunda vez na carreira um lugar nas meias-finais de um Masters.
No such thing as an easy victory.
@pablocarrreno91 defeats Anderson 4-6 5-7 7-6(6) in a thrilling contest.#MiamiOpen pic.twitter.com/J1PDVq5GX1
— Tennis TV (@TennisTV) 29 de março de 2018
Diga-se que Carreño Busta chegou a ter a possibilidade de fechar o encontro em duas partidas, quando dispôs de dois match points a 5-4 da segunda partida (40-15), mas revelou-se incapaz de impedir um terceiro e decisivo set.
No jogo de acesso à final, o número 19 da hierarquia mundial (está virtualmente no 12.º posto) vai medir forças com o vencedor do encontro que coloca frente a frente os NextGens Alexander Zverev e Borna Coric (transmissão na Sport TV 5).
Ainda assim, mais impressionante que a vitória em si é talvez a maleita que Carreño Busta acaba de quebrar: trata-se apenas da sua segunda vitória frente a jogadores do top 10, melhorando este registo para o score de… 2-21. Quanto ao atual número oito do ranking, apenas piora a sua relação com os quartos de final de torneios desta categoria — nunca venceu nesta fase, perdendo em dez ocasiões.
Recorde-se que a próxima página da história desta rivalidade pode muito bem ser escrita daqui a um mês em solo nacional, no Millennium Estoril Open. O campeão em título Pablo Carreño-Busta e o finalista do último US Open Kevin Anderson são dois dos nomes fortes já confirmados para a próxima edição do maior torneio de ténis português (ver aqui).
