Imune às críticas que o visam quando os resultados não aparecem, João Sousa mostrou-se sempre sereno e confiante “na linha de trabalho” (palavras do próprio) que traçara com o seu treinador Frederico Marques, pelo que as vitórias acabariam por aparecer. E assim foi em Indian Wells, onde registou um grande triunfo no duelo com Alexander Zverev, caindo somente para Milos Raonic na terceira ronda, num confronto bastante equilibrado.
Esta sexta-feira, no Miami Open, o número 1 português voltou a colocar o seu nome nas bocas do mundo tenístico, ao derrotar de forma contundente o belga e 9.º classificado do ranking, David Goffin, com os parciais de 6-0 e 6-1, qualificando-se pela terceira vez na carreira para a terceira eliminatória do segundo Masters da época.
A primeira partida foi totalmente dominada pelo vimaranense e o parcial não engana, com Sousa a vencer 29 dos 38 pontos disputados num set que não demorou mais de 23 minutos a ficar decidido.
No segundo set, Goffin, que realizou hoje o seu primeiro encontro ao cabo de 33 dias e por isso foi evidente a falta de ritmo com que se apresentou em court, mostrou que não queria continuar a fazer figura de corpo presente, mas a verdade é que Sousa não lhe permitiu veleidades: depois de uma troca de breaks, o português voltou a quebrar o serviço do seu oponente à passagem do quarto jogo e cavou um fosso de 4-1 que lhe deu a segurança necessária para selar o apuramento.
Com o eclipse de David Goffin, João Sousa abre ainda mais o seu horizonte em Key Biscane. O próximo adversário sairá do duelo que opõe o jovem norte-americano Jared Donaldson (49.º) ao veterano espanhol Feliciano López (32.º), tendo por isso boas hipóteses de continuar em prova. É que, como sabemos, o momentum no ténis conta muito, e Sousa está a atravessar o melhor da época.
Recorde-se que a melhor participação do pupilo de Frederico Marques em torneios deste escalão aconteceu na edição de 2016 do Masters de Madrid, quando chegou aos quartos de final.
Quarta vitória da carreira frente a tenistas do top 10
O triunfo ante David Goffin sucede-se às vitórias registadas frente a David Ferrer (na altura 4.º classificado) em Kuala Lumpur, a Kei Nishikori (5.º) em Tóquio 2016 e a Alexander Zverev (5.º) na edição deste ano de Indian Wells.