De prodígio a estrela: Borna Coric está a jogar o melhor ténis da carreira em Indian Wells

Borna-Coric
Fotografia: Paul Zimmer/QTF

Apesar de curta, a carreira de Borna Coric já deu muitas voltas que acabaram por marcar profundamente a visão do próprio acerca de si e do seu jogo. Começando pelo início, o croata chega ao circuito profissional sob o estandarte (e peso) de ex-número um mundial de júniores. A categorização de miúdo prodígio e indiscutivelmente um dos melhores da sua geração veio a confirmar-se nesse mesmo período, quando o adolescente de apenas 18 anos surpreendeu tudo e todos ao chegar à fronteira do top 30.

Contudo, o mar de rosas onde Coric navegava alegremente viu um fim. Após chegar tão longe e tão cedo, tanto a pressão como as expetativas abateram-se negativamente sobre si tendo como consequência um declínio na carreira. Naturalmente, o ranking apenas piorou desde aí. Aos 21 anos, continua a ter como máximo de carreira a 33.ª posição da hierarquia (julho de 2015).

Em tão tenra idade, o jogador natural de Zagreb viu-se obrigado a redesenhar a sua carreira. Ao mesmo tempo que trabalhava em si próprio descobrindo uma nova atitude e mindset, remodelou também a equipa de profissionais que o acompanha, passando a trabalhar com Ivan Ljubicic (compatriota e treinador de Roger Federer).

As mudanças revelaram-se acertadas e 2017 ficou marcado como o ano da nova ascensão de Coric, tendo como ponto alto a obtenção do primeiro e único titulo no torneio ATP 250 de Marraquexe e culminado pela participação na edição inaugural do Next Gen ATP Finals.

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Nas palavras do próprio – citadas no website oficial do ATP World Tour – o tenista de 2015 é completamente diferente do de 2018. “Nessa altura que era número 33 o meu jogo não estava lá. Olho para mim quando tinha 18 anos e não dá para comparar – sou muito melhor jogador agora“, atirou.

Mas, ao que tudo indica, o tenista de 21 anos não faz intenção de se ficar por aí. No primeiro Masters de 2018, destaca-se já como o jogador com menos jogos perdidos da parte superior do quadro.

Após eliminar o atleta da casa Donald Young (99.º), seguiram-se dois dos melhores jogadores espanhóis da atualidade: Alberto Ramos-Viñolas (22.º) e Roberto Bautista Agut (16.º), respetivamente. Nos momentos que seguiram o último encontro, Coric confessou: “Até ao 6-1 3-0 estava a jogar aquele que é talvez o melhor ténis da minha vida. Estava a ser extremamente agressivo, a colocar pressão constante e ao mesmo tempo a não cometer erros”.

Apesar do entusiasmo inerente à ocasião, o atual número 49 do ranking mundial mantém os pés bem assentes no chão no momento de abordar os objetivos. “Ok, estou a jogar bem, mas isso não significa que estarei no top 10 daqui a uns meses. Precisamos de trabalhar a três, quatro anos para me tornar um jogador de top 10. É esse o meu objetivo“, explicou concluindo.

Para já, de forma a dar continuidade à excelente forma demonstrada até ao momento em Indian Wells, Coric tem pela frente – nos oitavos de final – outra sensação da prova: o californiano Taylor Fritz (74.º) (ver aqui).

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