Meio século dividido por uma só raquete são muitos anos. E é por isso que o Clube de Ténis do Porto é, nos dias de hoje, um dos clubes mais históricos do país. Mas a partir de agora um clube que com o virar dos primeiros 50 anos decidiu abrir mais portas e abraçar o fenómeno que é, nos dias de hoje, o padel.
A ocasião não poderia ser melhor: com 50 anos de história em cima das cordas, a direção propôs o desafio aos sócios. Foram eles que o aprovaram e financiaram, mas o produto final é para todos: ao contrário do que acontece com a modalidade de origem, que ajuda a dar nome àquele que é um local emblemático na cidade invicta, não é preciso ser sócio para jogar dentro das novas paredes de vidro do CTP.
O padel é, nos dias de hoje, uma aposta segura. Segundo dados da Federação Portuguesa de Padel, há mais de 100 clubes filiados e o número de praticantes continua a aumentar de mês para mês.
Nas palavras de Tiago Domingues, elemento da direção do Clube de Ténis do Porto que falou com o RAQUETC aquando do lançamento da nova modalidade, “o ténis e o padel são dois desportos que se complementam e que ao mesmo tempo coabitam perfeitamente entre si. E ter um clube perfeitamente central com ténis e padel faz todo o sentido, porque a grande maioria dos campos que existem são nos arredores e não no centro da cidade.”
Para esta aposta, o clube aposta em Diogo Vilaça como diretor técnico. Com uma experiência de três anos enquanto treinador de padel, que começou na Quinta Monserrate e chegou ao ponto de acompanhar a número 1 nacional, Ana Catarina Nogueira, em torneios internacionais, o responsável destaca que estas experiências lhe permitiram “ver a realidade como ela é, ou seja, que há muito trabalho a fazer e um caminho longo para chegar ao nível dos melhores do mundo e que é um percurso que tem de ter os seus passos e os primeiros são de formação.”
“Já temos alguns jogadores em Portugal com um nível interessante mas ainda insuficiente para chegar àquele tão alto que se joga entre os melhores do mundo, mas nós temos tempo. Temos vontade, estamos muito bem, a direção tem sido muito inteligente na form como tem gerido este processo do surgimento do padel num clube de ténis e tem-nos dado as garantias e condições para que nós na parte técnica façamos o nosso trabalho dentro do campo.”
A ajudá-lo, Vilaça terá Francisco Ramos como elemento fundamental desta estrutura dedicada ao crescimento do padel no Clube de Ténis do Porto. Vindo do ténis, regressou à casa onde em tempos treinara com o histórico Nuno Marques para fazer parte de um projeto que conhece os seus passos.
Como nos contou Tiago Domingues, entretanto já acompanhado de Vítor Pereira, o presidente do clube, “os planos iniciais passam por duas grandes vertentes: a social, que será sem dúvida alguma uma vertente a que daremos muito ênfase, e as escolas. Queremos crianças, muitas crianças. Para criarmos uma base que nos permita ir ao terceiro objetivo, que é um dia entrar na competição e na alta competição do padel. Para isso, antes temos de construir o projeto passo a passo e acredito que com o tempo vamos conseguir.”
É um processo humilde, que leva e levará o seu tempo, mas que a ser cumprido permitirá não só ao Clube de Ténis do Porto afirmar-se no padel como se afirmou no ténis mas também recuperar “alguma da juventude e espírito social” que tanto o caracterizam.
Para já, os campos são quatro – três cobertos e um ao ar livre.