“Há muita desigualdade no ténis”, afirma Nicolás Kicker

Nicolas-Kicker
Fotografia: Peter Staples/ATP World Tour

Independentemente do desfecho do confronto que tem agendado com Kevin Anderson, Nicolás Kicker (94.º) já tem motivos de sobra para estar feliz com a sua prestação no torneio de Indian Wells. É que este argentino de 25 anos está pela primeira vez na carreira numa terceira ronda de um Masters 1000, em virtude das vitórias alcançadas ante Jiri Vesely e Damir Dzumhur.

É, pois, com legítimas aspirações e confiante no seu jogo que Kicker tem como objetivo a curto prazo entrar no top 60 mundial, conforme revelou em entrevista ao jornal argentino Página/12. “Pretendo jogar mais torneios do ATP World Tour e a ideia é entrar no top 60. Estou a trabalhar no duro e muito concentrado nisso. Para o conseguir, preciso de ser mais consistente durante o ano, especialmente nos torneios jogados em piso rápido”, afirmou.

A dureza do circuito e os vários meses de competição durante o ano têm sido temas recorrentes na praça pública, com Rafael Nadal a assumir a dianteira das críticas. Kicker acompanha o maiorquino. “Creio que o circuito é demasiado duro e isso obriga-nos a fazer a melhor calendarização possível de torneios. O ténis é um desporto muito exigente e, mais cedo ou mais tarde, a fatura chegará. E para jogadores como Nadal, que regra geral começam a jogar na segunda-feira e chegam à final, é ainda mais complicado”, observou.

Embed from Getty Images

A chegada à terceira ronda do Masters californiano vale-lhe, grosso modo, um cheque de 50 mil dólares, numa época em que arrecadou até ao momento cerca de 157 mil — um número modesto comparado com a elite das elites. “A diferença é muito grande. Há muita desigualdade no ténis. O 120.º classificado do ranking não entra no quadro principal de um Grand Slam, mas posso assegurar que joga tão bem como o que está no 80.º posto. Os jogadores têm que se unir e lutar por mais prémios nos torneios. É uma vergonha a realidade entre o que distribuem os Grand Slams e os restantes eventos”, atirou.

Nicolás Kicker, um dos sete tenistas argentinos no top 100, também comentou os planos recentemente conhecidos para a reforma do formato da Taça Davis. “Jogar durante uma semana num único local parece espetacular. A Taça Davis deixou de ser um show. As pessoas foram perdendo o interesse e os tenistas perdem algumas semanas num calendário que é cada vez mais exigente. Encontros à melhor de três sets também é algo benéfico, pois tornará a competição mais dinâmica”, comentou.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Total
0
Share