Os últimos tempos não têm sido fáceis para Alizé Cornet. À espera da audiência perante a Federação Internacional de Ténis, na sequência de ter falhado três controlos antidoping, a tenista francesa está imersa num pesadelo que parece não ter fim à vista e é incapaz de esconder a tristeza que tem tomado conta de si.
“[Esta situação] Tornou-se a minha realidade. Aconteceu gradualmente e por isso tive tempo de ir assimilando tudo. O que é um pouco surreal para mim é que as pessoas podem conotar-me a alguém que tomou drogas. É verdade que muitas pessoas entendem todo este processo, mas outras não. Isto faz-me sofrer, é difícil ser comparada a alguém que se dopou”, disse em entrevista ao L’Équipe, depois de perder frente a Sofya Zhuk (7-5 e 6-4) na ronda inaugural de Indian Wells.
“Não fiz um bom encontro. Houve muitos altos e baixos. Ela jogou bem no geral, mas eu não fui a verdadeira Alizé. Eu luto para manter-me concentrada durante todo o jogo, mas tenho muitas oscilações de concentração. Mereci perder. Há já alguns dias que não tenho treinado bem, não tenho boas sensações e sinto-me muito negativa. Ou faço tudo para dar a volta a este momento ou continuo nesta descida. Está nas minhas mãos”, observou.
Cornet, que com a derrota em Indian Wells subiu para três o número de desaires consecutivos, considera que fora dos courts até é uma pessoa bem-disposta e com sentimentos positivos, mas que em contexto de jogo a sua postura é mais volátil. “Todos têm a sua forma de lidar com momentos difíceis. Na minha vida pessoal sou muito positiva, ao passo que no court tenho uma grande tendência a ser negativa. São altos e baixos”, afirmou.
Inicialmente marcada para o mês de março, a audiência foi entretanto adiada para o primeiro dia de maio, algo que deixou a antiga top 15 mundial ainda mais impaciente. “Eu preferia que fosse o mais rápido possível, porque este tempo de espera é mais difícil do que qualquer outra coisa. Sabemos que o sistema judicial é demorado, mas eu ainda acredito nele”, frisou.