2780km. É esta a distância que separa Lisboa de Berlin e foi este o percurso que Andrew Haw fez na companhia de uma dúzia de jogadores na última semana. Com a capital portuguesa como primeiro destino de uma viagem que espera vir a criar, cruzou-se com o RAQUETC durante uma tarde de treinos no Lisboa Racket Centre.
Natural de Aberdeen, na Escócia, foi já em solo alemão que Andrew decidiu criar “um estilo diferente de clube, se lhe quisermos chamar assim. Eu faço a reserva dos court e marco as aulas de ténis e os jogadores marcam comigo consoante quiserem”.
O nome? The Tennis Trainer. O objetivo? “Criar um modelo flexível que permite aos jogadores entrarem em campo sempre que o querem fazer em vez de terem de entrar para uma waiting list ou tratarem de todo o processo”. É vantajoso sobretudo para os jogadores que chegam de outros países, sem conhecimentos da nova cidade em que se inserem, e é isso que se reflete nesta viagem: entre a dúzia de tenistas (distribuídos por vários níveis técnicos) que o acompanharam a Lisboa há 10 de nacionalidades diferentes.
O contacto com o Lisboa Racket Centre aconteceu através do treinador Pedro Cartaxo e foi por isso no clube lisboeta que se iniciou a aventura, numa manhã de sexta-feira que desde cedo ameaçava chuva.
E porque os céus não perdoaram, às duas horas de ténis iniciais seguiu-se a necessidade de improvisar. Fácil quando o clube em que se encontram tem campos de mais do que uma modalidade e a diversão é o combustível que os move. O padel foi, assim, o desporto escolhido e a tarde rapidamente se transformou numa introdução a um desporto que em Berlim ainda está longe de ser o fenómeno que por cá acompanhamos cada vez mais – segundo nos contou Andrew Haw, “há apenas três complexos com campos de padel”.
“São precisas experiências como esta para a palavra se espalhar. É um desporto diferente, que no fundo é uma variação do ténis e que pode ser muito divertido. É especialmente bom pela parte social, de criar laços entre os jogadores, e são precisas atividades como estas para que cresça. Eles gostaram, vão regressar a Berlim a falar sobre isto e é assim que mais tarde surgem mais campos”, completou.
Num fim de semana recheado de atividade, houve ainda tempo para nos apresentar os objetivos do projeto a curto-prazo: continuar a viajar. “Tenho planos para este ano tentar mais algumas coisas. No ano passado fiz um evento de ténis de praia com um ex-número 1 mundial e este ano gostava de o repetir porque em Berlim é uma experiência diferente. Depois, vamos fazer mais uma viagem como esta mas a Edimburgo, no meu país, durante o verão, e adoraria regressar a Lisboa com sol.”
O segredo, conta-nos, é escolher datas atrativas – aquelas em que em Berlim o sol já (ou ainda) se põe cedo e pela Europa fora há bons “refúgios”. Desta vez os céus lisboetas não perdoaram, mas da cidade levam, ainda assim, uma experiência única e um novo desporto “no bolso”.