Quando falamos em longevidade no desporto ao mais alto nível, falamos de Roger Federer. Aos 36 anos, o veterano tenista suíço apresenta uma condição física invejável, o que lhe permite continuar a aumentar o palmarés e a quebrar recordes que pareciam inalcançáveis.
É sabido que Federer leva uma vida regrada e desenha a regra e esquadro a sua calendarização de torneios. Em entrevista ao jornal Marca, aquando da cerimónia dos prémios Laureus, reafirmou que, nesta altura da carreira, o seu principal desafio é encontrar o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional.
“O meu objetivo é manter-me saudável, sem lesões, e encontrar o equilibrio entre ténis, família, patrocionadores, imprensa, enfim, creio que gerir o calendário é o meu maior desafio. Sou um privilegiado por não precisar de treinar tanto agora como em tempos. Nunca pensei que atualmente pudesse ter este calendário, mas sim que jogaria 25 torneios por ano. No entanto, tudo mudou depois da operação em 2016”, observou.
A beleza do jogo de Federer é enaltecida vezes sem conta de cada vez que pisa o court, havendo até quem diga que assiste a poesia em movimento — elogios que o suíço regista com satisfação, mas lá vai dizendo que é tudo natural.
“Nunca tentei imitar outros jogadores. Eu tento movimentar-me o melhor que posso e o que acontece é que a maioria das pessoas considera isso uma certa beleza. Talvez seja porque bato a esquerda a uma mão e uso bastante o slice. A minha movimentação reduziu o desgaste e fico feliz em parecer elegante, mas nunca foi um objetivo para mim, é algo que acontece com toda a naturalidade”, sublinhou.
Inevitavelmente, o nome de Rafael Nadal veio à baila nesta entrevista e Federer apontou algumas das qualidades do seu amigo e arquirrival que gostaria de ter: “Ele tem o melhor jogo de pés em terra batida — é por isso que ganhou tantas vezes em Paris. Gosto muito da direita dele e tem um espírito de luta capaz de tirá-lo de momentos difíceis. Foi muito interessante para mim jogar com ele na Laver Cup, pois fiquei a saber como funciona a cabeça dele. Eu vi a mente de campeão”, contou.
peRFect? Não… Roger tem defeitos
“Não sou perfeito, tenho muitos defeitos. Quando és marido e pai, é impossível seres perfeito. É uma luta constante para manter a calma. Procuro ser o melhor que posso como pai, marido e jogador de ténis. Cometo muitos erros, mas tento aprender com eles”, declarou o número 1 mundial.