Espanha 2 vs. 1 Grã-Bretanha: Par de sentido único restabelece lógica da eliminatória

Pablo Carreño-Busta e Feliciano López
Seleção da casa só precisa de mais uma vitória para garantir a passagem aos quartos de final da Taça Davis

MARBELLA – Depois de um primeiro dia surpreendente, a Espanha retomou a liderança da eliminatória frente à Grã-Bretanha ao vencer o encontro de pares. A equipa da casa está, assim, à distância de apenas uma vitória de garantir a passagem aos quartos de final da Taça Davis.

Ainda com a vitória de Cameron Norrie presente, os adeptos espanhóis aderiram em massa ao segundo dia de ténis no Club de Ténis Puente Romano, em Marbella. Fim de semana, temperaturas convidativas e assim as bancadas encheram “até às janelas”, inclusive com direito a uma banda que ajudou a que se criasse um verdadeiro ambiente de Taça Davis — algo que, na jornada de sexta-feira, só do lado britânico se tinha ouvido (e bem).

Com a Grã-Bretanha a conseguir uma surpreendente vitória no primeiro dia, o encontro de pares era, de repente, mais importante do que inicialmente se poderia pensar. E a verdade é que se a Espanha era e é a grande favorita à vitória na eliminatória, também o é que se havia encontro para o qual os visitantes partiam como favoritos, ou perto disso, era o de pares.

Daí que a lógica da eliminatória não fosse a deste sábado e nesse sentido os jogadores espanhóis surpreenderam. E bem: em apenas três sets, Pablo Carreño-Busta e Feliciano López voltaram a colocar o país de nuestros hermanos em vantagem, ao derrotarem Jamie Murray e Dominic Inglot por 6-4, 6-4 e 7-6(4).

Falar dos britânicos como os únicos especialistas em pares seria errado, muito errado. Afinal, Feliciano López venceu Roland Garros em 2016 e no último mês de setembro chegou à final de pares do US Open, onde o mesmo Pablo Carreño-Busta que hoje o acompanhou já tinha estado um ano antes.

Clube de Tenis Puente Romano
O exótico Clube de Tenis Puente Romano é casa desta eliminatória da Taça Davis que o Raquetc está a acompanhar

Mas Jamie Murray e Dominic Inglot são ainda mais credenciados e dedicam-se todas as semanas a esta variante — a única que, aliás, jogam no circuito. Enquanto o irmão de Andy Murray já venceu o Australian Open e o US Open e chegou ainda à final de Wimbledon (títulos a que junta outros três em pares mistos), tendo sido número 1 mundial, Inglot conta com 7 títulos em torneios ATP e o 18.º lugar alcançado em 2014.

Por isso, foi estranho vê-los a falhar por tantas vezes à rede, mesmo em pancadas aparentemente fáceis, e a claudicar tanto em momentos decisivos. Senão vejamos: a história do encontro fez-se, em grande parte, de dois breaks. O primeiro deles, logo no jogo inaugural e com uma dupla-falta de Dominic Inglot. E o segundo, já no parcial seguinte, novamente no serviço do número 46 mundial, não com uma dupla-falta (essa cometeu-a a 30-30, para “oferecer” o break point aos espanhóis) mas com uma excelente resposta de Carrenõ-Busta.

Depois, a partida foi fechada no tiebreak do terceiro parcial, onde a dupla espanhola conseguiu fazer a ferida que tão perto ficara de concretizar durante o “período regular” para garantir a vitória e um muito importante segundo ponto.

Para êxtase dos cerca de 8.000 adeptos que preencheram por completo o Club de Ténis Puente Romano, a seleção da casa volta a estar na frente da eliminatória. A jornada de domingo será decisiva e um ponto basta para que a Espanha siga em frente. Já a Grã-Bretanha, tem a difícil tarefa de vencer dois encontros à melhor de cinco sets frente aos mais cotados e experientes espanhóis, em solo espanhol e terra batida. A “Missão Impossível” que se tornara possível com o triunfo de ontem volta a parecer mais distante.

Eis o match point convertido por Pablo Carreño-Busta e Feliciano López:

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