Wozniacki: “Nunca mais vou ouvir dizer que fui número 1 mas não ganhei um Grand Slam”

Caroline Wozniacki
Chegou o dia mais importante da carreira de Caroline Wozniacki / Fotografia: Ben Solomon/Tennis Australia

Foi uma Caroline Wozniacki muito emocionada, bem-disposta e exausta aquela que Mats Wilander e Barbara Schett receberam nos estúdios do Eurosport em Melbourne logo após a final feminina do Australian Open, em que derrotou Simona Halep. A dinamarquesa aderiu à entrevista de troféu nas mãos e falou sobre a importância do momento.

Numa extensa e honesta conversa, a jogadora dinamarquesa de 27 anos começou por revelar estar “muito feliz, exausta, uma combinação disso com super entusiasmada. Há muitas coisas a passar pela minha cabeça e acho que quando acalmar me vou aperceber do que acaba de acontecer. Estou muito orgulhosa de mim, acho que nestas duas semanas provei a mim mesma que o consigo fazer.”

Afinal, Wozniacki acabara de conquistar o seu primeiro título do Grand Slam, que lhe permite regressar, seis anos depois, ao primeiro lugar do ranking WTA. E esse foi um dos temas referidos logo no início pela nova campeã do “Happy Slam”: “Uma das coisas que me deixa mais entusiasmada é saber que nunca mais vou ouvir dizer que fui número 1 do mundo mas nunca ganhei um torneio do Grand Slam.”

Uma final estudada

Questionada por Mats Wilander, sete vezes campeão de torneios do Grand Slam e ex-número 1 mundial, Caroline Wozniacki contou que “sabia que tinha de bater cedo na bola. Ela consegue ângulos muito bons e é muito boa no jogo de pés, por isso sabia que tinha de lhe tirar tempo desde o início.” E foi mais longe, fazendo um pequeno apanhado do que fez a diferença nesta em relação às finais anteriores:

“Na primeira final, contra a Kim [Clijsters, no US Open de 2009], estava muito nervosa. Ela tinha estado ausente mas sabia a grande campeã que ela era. Tive hipóteses no primeiro set mas não aproveitei e depois fiquei oprimida. E depois defrontei a Serena na segunda final [US Open 2014], contra quem é muito difícil conseguir fazer alguma coisa. E hoje entrei em campo a sentir que tinha a oportunidade de fazer alguma coisa. Já a tinha derrotado antes mas sabia que ia ser muito difícil e acho que neste momento estamos ambas muito, muito exaustas”, analisou a nova número 1 mundial.

Sobre as várias variações ao longo do encontro, Caroline Wozniacki disse ter “lidado bastante bem com todo o primeiro set, em que acho que joguei bom ténis, e mesmo com as mudanças de marcador e no tiebreak não estava muito nervosa”, e ter sido com a reviravolta que começou a acusar maior pressão. “Quando ela começou a bater na bola mais cedo e ganha o segundo set, fiquei um pouco frustrada porque o meu serviço tinha estado a funcionar tão bem durante as duas semanas e de repente ela estava a devolvê-lo com pancadas profundas em todas as bolas e os rallys ficavam maiores de cada vez que eu estava na frente.”

Quando foi quebrada para o 3-4 no parcial decisivo, Caroline Wozniacki admite ter pensado “não sei se o consigo fazer”, mas a (nova) reviravolta acabou por chegar e, no final, a dinamarquesa era uma mulher radiante. “Adoro estas batalhas. É por isto que jogo ténis, para estar lá, construir pontos e jogar rallys longos. É o ténis que gosto de jogar e ter a oportunidade de o fazer com uma jogadora como a Simona foi muito divertido. Sabia que se perdesse ficaria devastada mas ao mesmo tempo teria dado tudo.”

O apreço pelo pai

Tal como no court, também na entrevista dada ao Eurosport Caroline Wozniacki dedicou palavras sentidas ao pai, Piotr. “O meu pai já aturou tanta coisa ao longo dos anos, as pessoas a dizerem que ele não é bom o suficiente, que não devia ser o meu treinador, bla, bla, bla, mas no final do dia passar por tudo isto com o meu pai, que me trouxe até aqui na minha carreira, e com a minha família… É incrível vivermos isto juntos.”

https://www.facebook.com/EurosportTennis1/videos/162365191054800/

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