Roger Federer está na final do Australian Open pela 7.ª vez na carreira. O tenista suíço liderava por 6-1, 5-2 frente a Hyeon Chung quando o tenista sul-coreano foi forçado a desistir. O suíço é o primeiro jogador masculino da história a chegar às 30 finais em Grand Slams.
Com 14 anos e 284 dias a separar os dois protagonistas da última meia-final, o duelo de gerações que se esperava acabou por ser uma lição do mais velho e experiente dos dois durante o primeiro set e meio. Até que, no final do sétimo jogo do segundo set, Chung se viu forçado a abdicar do encontro devido às bolhas nos pés que começavam a perturbar de forma séria a sua movimentação.
Até à desistência de Chung, que entrou muito nervoso no encontro e não conseguiu encontrar soluções para um encontro em que o jogador suíço de 36 anos rapidamente lhe cortou os argumentos com uma pancada de direita extremamente afinada, Federer dominou por completo: o suíço concretizou quatro quebras de serviço e não cedeu por uma única vez o seu, apesar de no primeiro parcial só ter colocado 32% das primeiras bolas.
Afinal, tratava-se da 43.ª meia-final em Grand Slams para Federer — e nestas ocasiões a experiência conta (e de que maneira). Se já estava a ser, com a desistência do mais recente herói da Coreia do Sul tornou-se num dia ainda mais tranquilo para o suíço, que chega à sétima final no Australian Open.
Na Era Open ninguém tem mais que ele (até hoje estava empatado com Novak Djokovic, o recordista de títulos que no domingo tentará igualar) e a verdade é que não se fica por aqui em recordes estabelecidos: ao somar mais uma vitória em Melbourne Park, Roger Federer atinge a sua 30.ª final em torneios do Grand Slam, tornando-se no primeiro tenista masculino a atingir a marca redonda na Era Open (é seguido por Rafael Nadal, com 23, e Novak Djokovic, com 21).
E a 30.ª final significa a procura do 20.º troféu de campeão em torneios do Grand Slam — um feito nunca alcançado no ténis masculino e apenas celebrado por Margaret Court (se contabilizados os registos da Era Open), Serena Williams e Steffi Graf no feminino.
Uma final inédita
A final de domingo vai colocar frente a frente Roger Federer e Marin Cilic. Se o suíço já sabe há muito o que é disputar uma final na Rod Laver Arena, o croata tornou-se, nesta quinta-feira, no primeiro jogador do seu país — homem ou mulher — a garantir um lugar na decisão do Australian Open.
Não é, no entanto, inédito no contexto do circuito, nem tão pouco em torneios do Grand Slam (ou mesmo finais): em Wimbledon, há cerca de seis meses, os dois partilharam o court na decisão do torneio britânico, que viu Roger Federer vencer por 6-3, 6-1 e 6-4.
Esse foi um dos nove duelos já disputados entre ambos e a vantagem é claramente favorável ao mais experiente e consagrado dos dois, que levou a melhor em 8 das 9 ocasiões. O triunfo de Marin Cilic é, no entanto, muito relevante e terá uma certa importância à entrada para a final de domingo: o croata venceu o suíço em parciais direitos nas meias-finais do US Open de 2014, o torneio que viria a transformar-se no seu primeiro (e único, até à data) título em Grand Slams.