Não da forma como certamente desejaria, mas Roger Federer qualificou-se na manhã desta sexta-feira para a final do Australian Open pela sétima vez na carreira após beneficiar da desistência de Hyeon Chung no final do segundo set. No final do encontro, em entrevista ainda na Rod Laver Arena conduzida por Jim Courier, o suíço manifestou a sua solidariedade para com o jovem sul-coreano.
“Bem, penso que o primeiro parcial foi relativamente calmo e não consegui aperceber-me se se passava algo com o meu oponente mas no segundo set comecei a senti-lo mais lento a lutar contra as bolhas nos pés. Não sei realmente o quão mau será, porém já joguei com bolhas nos pés no passado e dói imenso. A certa altura é demais e não consegues aguentar mais. É agridoce para mim porque é incrível estar na final, no entanto ele [Chung] fez um torneio maravilhoso e tentou lutar ao máximo hoje portanto merece todo o crédito”, frisou.
Ainda a propósito de Chung, Federer elogiou o jogador asiático e perspetivou um futuro brilhante. “Pela sua atitude hoje e pela forma como lidou com os problemas que teve, percebo porque as pessoas gostam dele. Manteve uma excelente compostura, e penso que será um tenista ainda melhor do que já é, irá alcançar muitas mais coisas e certamente iremos ouvir mais dele. Não quero meter muita pressão em cima dele mas consigo ver porque derrotou jogadores como Novak [Djokovic] e Sascha [Zverev], portanto acho que irá ser um excelente tenista”, afiançou.
Depois, Roger Federer revelou as dificuldades sentidas nos últimos anos para conquistar torneios do Grand Slam devido ao aparecimento de arquirivais do seu nível como Rafael Nadal e Novak Djokovic.
“Estava a lutar muito ao longo de tantos anos e depois a ter pela frente o Rafa, o Novak e outros grandes tenistas que me bloquearam o caminho por algum tempo. Teria ficado satisfeito se tivesse ganho mais um Major antes de me retirar, já seria bom. E neste momento aqui estamos nós, eu com mais dois, talvez um terceiro que virá, a apenas um encontro disso… Veremos o que acontece”, disse o por cinco vezes campeão do “Haapy Slam”.
Já em jeito de antevisão à final de domingo perante Marin Cilic, numa reedição da última final de Wimbledon, o campeão em título do Grand Slam australiano comentou o que espera desse embate.
“Vimos contra o Rafa [Nadal] e contra o [Kyle] Edmund que ele traz poder e basicamente um pouco de tudo. Ele é um rapaz muito simpático, que teve um problema similar ao do Chung na final que disputámos em Wimbledon. Uma vez que teve dois dias de folga desde a sua meia-final, penso que isso irá ajudá-lo e estará fresco. Neste tipo de encontros tens de ser agressivo, mas há que ter cuidado porque se ele chegou a esta fase é porque acredita nas suas armas, sente-se bem e há que recordar que ele arrasou-me nas meias-finais do US Open [2014]. Estou entusiasmado por enfrentá-lo, vencemos a Laver Cup juntos e inclusivamente passámos as férias juntos nos últimos meses nas Maldivas. Mal posso esperar”, terminou.