Inesquecível: Simona Halep é a segunda e última finalista do Australian Open, ao salvar dois match points no caminho para uma vitória épica sobre a ex-campeã, Angelique Kerber, pelos parciais de 6-3, 4-6 e 9-7. Ainda só estamos em janeiro, mas o ténis já assistiu a um dos melhores encontros de toda a temporada.
Este era um daqueles duelos em que tudo podia acontecer, mas o desenrolar da ação conseguiu, ainda assim, surpreender tudo e todos. Passamos a explicar: é que aos 13 minutos de encontro a tenista romena, número 1 mundial, já vencia por 5-0, e a esses cinco jogos seguidos seguiram-se três (com dois breaks em branco) para a alemã, que aos poucos foi recuperando a confiança e a forma.
O que o mundo do ténis ainda estava longe de imaginar era um encontro como aquele que acabou por se construir ao longo de 2h20. Um em que Simona Halep e Angelique Kerber superaram limites físicos para se surpreenderem a si próprias e protagonizarem o melhor encontro do torneio até ao momento.
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Porque ao começo extremamente atípico se seguiu uma batalha tremenda, digna de duas jogadoras com as credenciais de Halep e Kerber. Quer de um lado, quer do outro salvaram-se match points e só com um total de 50(!) winners é que Simona Halep conseguiu carimbar a vitória, quando as suas pernas, à semelhança das de Kerber, há muito já não correspondiam ao coração.
Foi um encontro “de loucos”, impróprio para cardíacos e que no final deu um lugar numa final inédita à atual líder do ranking mundial, que recebeu a última de várias ovações de pé.
Uma final inédita não só para ela, mas também para Caroline Wozniacki, a sua próxima adversária. E é aqui que começa o próximo capítulo desta história, disponível mais abaixo. Mas primeiro, o match point:
[twitter_video id=”956432483515490305″]Um sábado histórico
Quando entrarem na Rod Laver Arena no final de tarde (manhã em Portugal) de sábado, Simona Halep e Caroline Wozniacki terão mais em comum do que se pode inicialmente pensar: as duas estão apuradas para a terceira final em torneios do Grand Slam de cada carreira e quer uma, quer outra, procuram o primeiro título.
Ou seja, não só o Australian Open vai ter uma nova campeã, como o circuito feminino conhecerá uma nova campeã de um dos quatro maiores torneios do calendário. E mais (claro que um encontro desta importância não se podia ficar por aqui): será uma dupla vitória, porque a campeã também sairá de Melbourne com o estatuto de número 1 mundial “agarrado” ao seu nome.
Se Simona Halep já ocupa a posição e tem, por isso, de ganhar para a defender, Caroline Wozniacki quer vencer para voltar ao lugar que já não ocupa desde janeiro de 2012, há exatamente seis anos.