Esperar sempre o inesperado. Porque no ténis, sobretudo no ténis, o que parece nem sempre é e uma liderança de dois sets ou 5-1 com match points pode significar pouco… Ou mesmo nada. Foi o que aconteceu na Rod Laver Arena, com a vitória de Caroline Wozniacki, e pouco depois na Margaret Court Arena, com a maratona ganha por Jo-Wilfried Tsonga.
Passamos a explicar: como adversário na segunda ronda, o finalista de 2008 teve o talentoso e já muito perigoso Denis Shapovalov, que deu provas disso mesmo desde o primeiro instante. O encontro era aguardado com grande expetativa desde o primeiro segundo em que se tornou uma possibilidade e não desiludiu — muito pelo contrário.
No segundo maior court de Melbourne Park, Tsonga (de 32 anos e 15 do mundo) e Shapovalov (de 18 e número 50) batalharam de igual para igual durante grande parte do encontro. E assim brindaram os milhares de espetadores presentes no estádio e aqueles que seguiram o encontro através da transmissão televisiva com 3h38 de um ténis fantástico.
Tão fantástico, aliás, que deu espaço a reviravoltas, muito ténis espetáculo (de que é exemplo este momento) e, atendendo ao vencedor, uma dança da vitória. Porque Melbourne é uma espécie de segunda casa para Jo-Wilfried Tsonga, que alcançou na Austrália, há exatamente dez anos, a sua única final até à data em torneios do Grand Slam.
Foi essa ligação emocional ao local que o fez manter-se “ligado à máquina” quando o mais novo Denis Shapovalov apertou, e foi a experiência que o fez sair de uma situação delicada (1-4 e 2-5) no último parcial para acabar com a vitória no bolso.
Foi uma batalha eletrizante que, disputada ao mesmo tempo que a fase final do duelo entre Caroline Wozniacki e Jana Fett, fez daqueles 90 minutos uma hora e meia muito especial. E não somos só nós que o dizemos:
Without a doubt the best 90 mins of the @AustralianOpen just happened
— Brad Gilbert (@bgtennisnation) January 17, 2018