Considerado um dos melhores jogadores de todos os tempos e um exemplo de como estar em court, Roger Federer nem sempre foi o jogador calmo e exemplar dentro do campo de ténis.
Muito pelo contrário. Durante os primeiros anos no circuito e da sua formação, o tenista suíço não hesitava em atirar uma raquete ao chão ou em barafustar quando as coisas não saiam como pretendia.
Convidado para a cerimónia do sorteio do Australian Open, o número dois mundial foi desafiado a recordar esses momentos quando Hamish McLachlan pediu ao tenista de 36 anos que falasse dessa fase dos “16 aos 22 anos”.
“Foi mais dos 6 aos 22 anos”, admitiu. “Era um tipo emotivo. Costumava chorar quando perdia encontros, gostava de mandar a raquete ao chão, comentar cada bola que falhava, o quão mau eu era ou o que devia fazer melhor”, recordou Roger Federer.
“Não sei, era um momento emocional. Chegar ao circuito, toda a pressão e ter de ser bem sucedido talvez tenha impulsionado isso. Depois chegou um momento em que disse para mim mesmo: ‘Não posso ter uma carreira assim, pois serei um tipo acabado aos 25 anos e eu quero desfrutar do tempo no circuito. Isto é suposto ser um sonho tornado realidade'”, justificou.
Essa reflexão acabou por mudar o campeão de 19 títulos do Grand Slam, que no entanto não se considerava um mau tipo.
“Acho que jogar para o público e em direto na televisão fez com que acalmasse um bocadinho. Queria ser conhecido como um tipo com uma mentalidade forte e não uma mentalidade fraca. Felizmente tive a capacidade de dar a volta. Era um tipo louco no bom sentido”, afirmou com um sorriso nos lábios.