Campeão Nacional Absoluto pela primeira vez na carreira, João Sousa não podia ter pedido um fim de temporada mais positivo no que ao circuito nacional diz respeito. No entanto, apesar de tudo ter corrido de feição, a ida a Portugal foi um teste tanto para o vimaranense como para Frederico Marques, como conta o técnico luso.
“Todas as competições em que entramos é para vencer. Vínhamos aqui com esse objetivo e encarámos com a mesma humildade, com o mesmo sacrifício. Sabíamos que ia ser muito complicado. Sabíamos que tínhamos muito a perder e pouco a ganhar, pois o João ia como cabeça de cartaz, sabemos que nos últimos anos não tem sido fácil competir em Portugal e que havia sempre essa expetativa de querer jogar bem”, comentou Frederico Marques em declarações ao RAQUETC.
“Um dos porquês de vir a aqui foi querer jogar, querer competir em casa, aprender com os erros do passado. Estar mais forte e de cara ao Millennium [Estoril Open], à Taça Davis e foi o que aconteceu. Acabámos o ano com um título, é sempre bom acabar com um troféu tal como aconteceu em 2015”, revelou.
Por esta razão, a vitória de João Sousa teve uma importância suplementar, pois jogar em casa não tem sido fácil para o vimaranense nos últimos anos, como o próprio Frederico Marques admite.
“É bom acabar com uma vitória em Portugal, pois na Taça Davis não correu tão bem e saímos com um sabor muito, muito amargo e que nos custou depois a subir os níveis anímicos, pois era um dos grandes objetivos ajudar Portugal a chegar ao Grupo Mundial”, admitiu, afirmando que sai da Beloura Tennis Academy com os objetivos cumpridos.
“Conseguimos acabar com um dos nossos objetivos que era ser campeão nacional. Já sabíamos que vínhamos desde o início. Eu como treinador do João estou feliz, estou feliz pelo João. É a minha vez como campeão nacional e espero que não seja a última”, confidenciou.
No que toca ao jogo da final, Frederico Marques mostrou-se surpreendido com o nível exibido por Daniel Rodrigues, ao qual deixou muitos elogios.
“Jogou muito bem. É um jogador para mim um bocadinho atípico em relação ao jogador português. Diferente da escola portuguesa, espanhola e francesa. Não é uma escola com grandes servidores. Ele serve muito bem, com um movimento muito bom, bio-mecanicamente muito bom. Surpreendeu-me um bocadinho. É muito coordenado, tem uma muito boa esquerda também”, elogiou.
“Para mim há duas armas muito importantes no circuito: a resposta e o serviço. Ele já tem uma delas, pode trabalhar e melhorar, mas tendo o serviço como ele tem vai ganhar muitos jogos”, disse, comentando de seguida o rumo dos acontecimentos do derradeiro encontro.
“Não entrou muito nervoso para o encontro, entrou a acreditar. A meu ver baixou um bocadinho no segundo set e facilitar frente a um jogador como o João é fatal”, analisou.
Por fim, houve tempo para destacar dois nomes que saltaram à vista do treinador do número um nacional durante o Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto.
“Gostei muito da Maria Inês Fonte. Gostei muito de a ver jogar, gostei da movimentação dela, do caráter. Nota-se que é de uma casta diferente. Também gostei muito da final, com o serviço e a mudança de direção da esquerda”, destacou, referindo-se ao tenista madeirense. “Para mim foram os dois que mais se destacaram”, concluiu.