É um padrão cada vez mais comum nesta edição do US Open: não há favorito que escape a pelo menos uma eliminatória complicada na primeira semana e no caso de Rafael Nadal, como aliás também tem acontecido com Roger Federer, a situação tem-se estendido a mais de um encontro. Mas, por agora, sempre com final feliz para o espanhol.
Este sábado, no último encontro da sessão diurna (que roubou várias horas à noturna devido à duração dos duelos), o primeiro candidato ao título viu o argentino Leonardo Mayer complicar-lhe (e muito) a tarefa.
A defrontar o número 59 do mundo pela quarta vez, a primeira desde Roland Garros 2014, Nadal teve mais dificuldades do que as esperadas e viu o argentino arrecadar um primeiro parcial muito equilibrado.
Só que, e veio a confirmar-se mais tarde, o guião do encontro viria a mudar assim que um dos capítulos sofresse alterações, e esse capítulo era a prestação de Nadal no serviço de Mayer. Depois de 13 tentativas, e visivelmente frustrado, o por 15 vezes campeão de torneios do Grand Slam continuava sem soluções, até que uma direita falhada pelo rival lhe permitiu quebrar (finalmente) o serviço e ganhar um novo estofo para o encontro.
A partir daí, o rumo mudou: Nadal ficou cada vez mais confiante, transformou a frustração em confiança e, de punho cerrado e alívio no seu camarote (onde minutos antes a irmã, Maria Isabel, e a namorada, Xisca Perello, se abraçavam entre muitos nervos), tornou o resto do encontro num mero passeio, sempre com respeito por Leonardo Mayer e o perigo que o argentino — o único do seu país ainda em prova a par de Juan Martin del Potro — poderia representar novamente.
Pode ter sido mais tarde e com mais dificuldades do que as desejadas, mas o triunfo — o terceiro em Nova Iorque — chegou: com 6-7(3), 6-3, 6-1 e 6-4 ao fim de 3h19 de encontro, o último do dia no Artur Ashe Stadium. Entretanto, passa das 20h30 em Nova Iorque o público da sessão noturna espera ansiosamente pelos encontros Roger Federer vs. Feliciano Lopez e Elena Vesnina vs. Madison Keys. Porque lá fora, para lá dos limites do recentemente renovado Artur Ashe Stadium, a chuva continua a não perdoar.