Foi… Por pouco. Tal como frente a Frances Tiafoe, Roger Federer enfrentou grandes dificuldades perante Mikhail Youzhny e no encontro desta quinta-feira chegou mesmo a estar em desvantagem no final do terceiro set, mas voltou a conseguir recuperar e já está na 3.ª ronda do último torneio do Grand Slam da temporada.
Apesar de ser considerado pela maioria dos especialistas como o principal candidato ao título, Roger Federer não chegou nas condições ideais a Nova Iorque. Isto porque depois da final no Masters 1000 de Montreal decidiu repousar as costas e “saltar” Cincinnati, o que o fez chegar com menos ritmo do que o esperado ao último Major do ano.
Reflexo disso foi a entrada fria no duelo da primeira ronda, em que o norte-americano Frances Tiafoe o levou mesmo a um quinto parcial. Mas hoje, frente a um adversário que conhece “de ginjeira”, tudo parecia diferente. Com o passado do seu lado, o suíço de 36 anos entrou com tudo num duelo para o qual o russo de 35 demorou a acordar e chegou rapidamente ao 5-0, tendo inclusive tido vários pontos para 6-0.
Tudo parecia bem. Muito bem, aliás, porque com o serviço a seu favor chegou rapidamente ao 5-3 no segundo, mas a partir daí… O encontro mudou. A eficácia de Federer desceu, a esquerda — que já contra Tiafoe tinha estado longe do fenómeno que tem sido ao longo do ano, tão decisivo nas suas várias conquistas — esteve praticamente irreconhecível e Mikhail Youzhny percebeu que poderia ter uma palavra a dizer.
E a verdade é que esteve mais próximo do que talvez mesmo o próprio pudesse ter imaginado. Apático em vários instantes, Federer deixou de ter soluções para brilhar — ou mesmo liderar — e perdeu o terreno recuperado. Num piscar de olhos, Youzhny venceu o tiebreak do segundo set e adiantou-se ao vencer o terceiro. Isto ao mesmo tempo que a movimentação do número 3 mundial baixou de nível, deixando dúvidas em relação ao estado das suas costas.
Com uma neblina de incerteza a pairar sobre o Artur Ashe Stadium — em vantagem, Youzhny começava também ele a dar sinais de pouca frescura física –, o quarto parcial foi uma pequena montanha russa. Inicialmente, parecia pronto a tender para o lado do campeão em título do Australian Open e de Wimbledon, mas o suíço perdeu o seu serviço justamente quando estava em posição de fechar e foi forçado a fazê-lo no saque do russo.
Chegados ao quinto set de “um jogo bizarro por parte de Roger Federer”, como um utilizador escreveu no Twitter, Mikhail Youzhny começou a acusar cada vez mais dificuldades. Primeiro caiu, depois de um ponto prolongado em que teve de atravessar o campo e “ir lá acima para chegar a um smash”, e a seguir começou a sentir muitas cãibras.
Do outro lado, talvez já mais descontraído ao aperceber-se da situação, o por cinco vezes campeão em Nova Iorque aproveitou para quebrar e começar, aí sim, a construir a vitória, que viria a conseguir com os parciais de 6-1, 6-7(3), 4-6, 6-4 e 6-2 ao fim de 3h05.
Se contra Mikhail Youzhny o registo era de 16-0 a favor de Roger Federer, contra Feliciano Lopez o helvético tem mais um registo de outra galáxia: 12 vitórias e 0 derrotas. Por isso, à partida seria apontado como claro favorito, mas depois das duas primeiras exibições em Flushing Meadows… A esperança nasce para o espanhol.