Roger Federer também apanhou um susto (e que susto), mas soube “ganhar feio”

USTA/Billie Weiss

Não foi uma primeira ronda fácil para os grandes candidatos ao título: depois de Rafael Nadal ter entrado muito mal no encontro frente a Dusan Lajovic, em plena sessão noturna Roger Federer viu-se forçado a uma longa e difícil batalha, onde não conseguiu apresentar o seu melhor ténis mas soube “ganhar feio”.

O adversário era Frances Tiafoe, um dos jovens mais promissores do ténis norte-americano e que o suíço já tinha defrontado este ano, em Miami. Tal como na Flórida, também em Nova Iorque o jogador da casa conseguiu criar dificuldades ao número 3 mundial, mas desta vez numa outra dimensão.

Frances jogou solto, sem a pressão de um miúdo que entra no maior estádio do mundo — completamente lutado — em plena sessão noturna de um torneio do Grand Slam para defrontar um dos melhores jogadores de todos os tempos e… O seu ídolo. Frances jogou como se não tivesse nada a perder (porque a verdade é que não tinha) num jogo em que do outro lado da rede estava Federer, o Roger Federer que há não muito tempo crescia a tentar imitar.

Já o suíço, que iniciou a campanha onde busca um inédito 20.º título em torneios do Grand Slam, esteve longe da forma que o levou à conquista do torneio de Wimbledon — e em que não perdeu qualquer set. Durante o parcial inaugural, o helvético viu a rising star americana dominar. Viu-o forçá-lo a movimentações constantes e aos erros. Só que depois…

Depois veio a experiência, o “basta” habitual de um gigante frente a um aprendiz. Perder o primeiro parcial foi um abrir de olhos para Roger Federer, que respondeu rapidamente e de forma a evitar uma desgraça para o seu lado. Mas Frances Tiafoe, já se sabe, não é rapaz para desistir. Pode ainda só ter 19 anos e pouca experiência no circuito, mas não sabe o que é desistir. E lutou pela vitória tal como até aqui tem lutado pelo seu sonho.

A reação de Federer não o surpreendeu e mantêve-se com o mesmo objetivo em mente. Sem ser afetado pela reação ríspida, fez o que ninguém esperava: respondeu na mesma moeda e venceu o quarto set por 6-1, forçando o último encontro do dia a uma sempre entusiasmante quinta partida.

Ora o suíço, que não perdia um set na primeira ronda do US Open desde 2003, viu-se forçado a uma tarefa redobrada, prolongada, e conseguiu no primeiro parcial mostrar porque é que esta está a ser uma das suas melhores temporada: porque mesmo quando não joga ao seu melhor, consegue fazer a diferença perante os adversários. O break conseguido a 5-4 reforça esta afirmação, e deu-lhe a vitória pouco antes das 5h em Portugal Continental — que é como quem diz, meia-noite em Nova Iorque. Os parciais foram 4-6, 6-2, 6-1, 1-6 e 6-4.

Como próximo adversário, Roger Federer — que é o terceiro cabeça de série — terá ou Blaz Kavcic ou Mikhail Youzhny.

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