Quando, em novembro de 1994, Venus Williams disputou o seu primeiro torneio enquanto tenista profissional, dificilmente se imaginaria que a norte-americana chegaria onde chegou. Mas quando em 1997, apenas no seu terceiro torneio do Grand Slam, chegou à final do US Open, tudo começou a mudar.
Agora, exatamente 20 anos depois, a mais velha das irmãs Williams já soma 37 primaveras e continua a aventurar-se nos grandes palcos e parece ser cada vez mais capaz de desafiar os limites da idade. Depois da final no Australian Open (que perdeu para a irmã, Serena), está novamente na decisão de um torneio do Grand Slam — aquele em que tem mais sucesso: Wimbledon.
Pela frente nas meias-finais desta quinta-feira, Venus Williams teve a sensação da casa, Johanna Konta, que dois dias antes se tornará na primeira britânica dos últimos 39 anos a chegar às meias-finais do quadro feminino e agora procurava ser a primeira desde Virgina Wade, em 1977, a conquistar o título.
Muito mais habituada a estas andanças, a jogadora norte-americana deu espetáculo e destruiu as ambições de Konta com uma exibição praticamente perfeita, na qual apontou 19 winners em 73 minutos de jogo e não se deixou quebrar uma única vez.
“Muito entusiasmada” com a campanha que está a realizar naquela que é já a sua 20.ª participação em Wimbledon, Venus coloca um travão quando é questionada sobre o título que tanto procura. “É claro que estou muito entusiasmada e a ‘bater à porta’, mas ainda há muito a fazer.”
É que a norte-americana vai ter pela frente Garbine Muguruza, finalista em SW19 há dois anos e que está finalmente a praticar um ténis semelhante àquele que a levou à conquista de Roland Garros na temporada passada. Por isso, Venus afirma que a atitude certa a tomar é “acreditar sempre em mim em primeiro lugar. Não me parece certo olhar para o outro lado da rede e acreditar mais na outra pessoa do que em mim. Não quer dizer que eu ganhe sempre, mas tento fazer sempre com que tenha as melhores hipóteses de o fazer independentemente das circunstâncias. E a experiência pode trabalhar a teu favor ou contra ti, mas gosto de pensar que neste caso está a ajudar-me.”
Naquela que será uma batalha de idades (Venus tem 37, Garbine 23), Williams procurará tornar-se na mais velha jogadora a erguer o título de campeã de Wimbledon nos últimos 109 anos.
Independentemente do que aconteça, voltou a provar que a idade não é um limite.