Diz a expressão popular que “a vingança é um prato que se serve [ou que se come] frio”, e se há alguém que esta quarta-feira o pode confirmar, é Milos Raonic. Um ano depois de ter surpreendido Roger Federer para chegar à sua primeira final em torneios do Grand Slam, o canadiano viu o suíço desforrar-se com uma exibição inspirada para chegar às meias-finais de Wimbledon e bater mais um recorde.
A vontade de repetir o feito de 2016 e dar sequência à onda de surpresas em pleno Centre Court esta quarta-feira — foi lá que, minutos antes do começo deste encontro, Sam Querrey celebrou a vitória frente ao campeão em título, Andy Murray — era muita, mas Milos Raonic nunca a conseguiu materializar.
Porque do outro lado da rede esteve um Roger Federer com uma — e só uma — missão em mente, a de voltar a erguer o troféu de campeão no torneio de Wimbledon (este perto, muito perto, em 2014 e 2015, quando perdeu duas finais para Novak Djokovic). O suíço entrou determinado no encontro e a saber que teria de sobreviver às tentativas de investidas de Raonic quer na linha de fundo, com o seu potentíssimo serviço, como até à rede, e anulou na perfeição a primeira pancada do canadiano, que neste momento ocupa o 7.º lugar do ranking.
Enquanto no parcial inaugural o primeiro (e único) break se verificou ao quinto jogo, no segundo set Federer entrou de rompante: atacou o serviço de Raonic e ganhou de imediato uma vantagem que se afigurava cada vez mais irreversível. Muito mais à vontade do que há um ano, totalmente desbloqueado e focado no seu objetivo, o suíço fez da confiança a “gasolina” da sua exibição.
O jogo praticado baseou-se numa enorme variação de pancadas, como aliás habitou todos aqueles que assistiram aos seus quatro primeiros jogos, bem como à campanha em Halle — que terminou com um “corretivo” a Alexander Zverev. Do outro lado, Milos Raonic continuou a passar um mau bocado sem nunca conseguir apresentar soluções e rendeu-se ao destino: hoje a vitória não era dele, mas sim de Federer, que saiu do campo com os parciais de 6-4, 6-2 e 7-6 registados a seu favor.
Com 10 vitórias consecutivas (e nem um único set cedido) em superfícies relvadas, Federer torna-se desta forma no jogador com mais meias-finais disputadas no All England Club: já são 12, ultrapassando as 11 que partilhava com Jimmy Connors — de quem, dias antes, também já tinha “roubado” os registos de mais vitórias no torneio e ainda quartos de final disputados.
Os recordes de Roger Federer prometem não ficar por aqui, até porque o seu encontro desta quarta-feira em Wimbledon foi o 100.º e à frente só está, adivinhe-se, o mesmo Jimmy Connors, que ao longo de toda a carreira pisou por 102 vezes a relva do All England Club para disputar um encontro oficial.
Mas esse será, neste momento, o número menos importante que o helvético tem em mente: já nas meias-finais, terá Tomas Berdych como próximo adversário e está a apenas um passo de marcar presença na final pela 11.ª vez. A acontecer, ficará na posição desejada para atacar o 8.º título e tornar-se no primeiro jogador a vencer por oito vezes em Wimbledon, superando Pete Sampras (que tal como ele tem 7 títulos).
Para já, a meia-final.
👨 Meias-finais de #Wimbledon
Sam Querrey vs. Marin Cilic
Roger Federer vs. Tomas Berdych— Raquetc (@raquetcom) July 12, 2017
Artigo atualizado às 18h36.