Este ano, há uma diferença na campanha de Andy Murray em Wimbledon: ao contrário das edições anteriores, o britânico não tem em si todas (nem a maioria) das atenções, fruto da excelente campanha de Johanna Konta. Por isso, não tem sido de forma tão mediática que os resultados do número 1 mundial têm sido acompanhados, mas a derrota nos quartos de final desta quarta-feira terá com certeza repercussão em toda a imprensa local.
À procura da oitava meia-final nas últimas nove edições do Grand Slam britânico, Murray tinha na cabeça um sinal de alerta à entrada para o Centre Court. Afinal, do outro lado da rede estava Sam Querrey, responsável pela eliminação de Novak Djokovic na edição do ano passado, quando o sérvio tinha ganho os seus últimos 30 encontros em torneios do Grand Slam (detinha os quatro títulos).
E no início tudo parecia bem encaminhado porque Murray tinha a lição bem estudada: Querrey baseia o seu jogo na pancada de serviço, com a qual consegue criar muitas dificuldades aos adversários, e aproveita a velocidade do ténis em relva para investir, aqui ainda mais do que em qualquer outro palco, nas subidas à rede.
Se o primeiro set caiu sem surpresas para o lado do campeão em título, com a chegada do segundo parcial os problemas na anca começaram a aparecer e não mais largariam Murray. Do outro lado, Sam Querrey elevou o jogo para um nível semelhante àquele que com que há um ano destronou Novak Djokovic. Conjugados os fatores, o norte-americano viu serem reunidas as condições ideais para construir o momento mais dourado da sua carreira.
Cada vez mais confiante, eficaz e determinado em arrancar a vitória, o “gigante” norte-americano não perdoou a diferença que entretanto se criou e conseguiu o choque: afastou o número 1 do mundo, atual campeão em título e grande favorito do público com os parciais de 3-6, 6-4, 6-7(4), 6-1 e 6-1.
70 winners for Sam #Wimbledon pic.twitter.com/ODQXwkEmAu
— Ilya Ryvlin (@ryvlin) July 12, 2017
Pela primeira vez aos 29 anos nas meias-finais de um Grand Slam, Querrey vai defrontar Marin Cilic ou Gilles Muller e é o primeiro norte-americano desde 2009 (Andy Roddick) a marcar presença no top 4 do terceiro Grand Slam da época.
Quanto à disputa pelo lugar mais alto do ranking, o cenário é bastante simples. Se Djokovic se sagrar campeão no All England Club este domingo, dia 16, estará de regresso ao posto de número 1 mundial.
Novak Djokovic will return to world No 1 on Monday if he wins the Wimbledon title.
— Stuart Fraser (@stu_fraser) July 12, 2017