Frederico Marques e João Sousa esperam uma estreia em Wimbledon “decidida em duas ou três bolas chave”

É já esta segunda-feira que Frederico Marques e João Sousa dão início a mais uma participação em Wimbledon — a quarta, sétima se forem contados os três primeiros anos de qualifying. Em declarações ao RAQUETC, o treinador do melhor tenista português da história falou sobre os dias de preparação, os resultados menos positivos dos últimos tempos e o que esperam do encontro da primeira ronda.

A correr “da melhor maneira possível”, a preparação de João Sousa (atual número 58 do ranking ATP) para o terceiro torneio do Grand Slam da temporada consiste em “duas horas diárias” de treino no campo, “o máximo que deixam cada atleta treinar diariamente.” Como contou Frederico Marques, “já treinámos em duas ocasiões nos campos de jogo e o João sente-se cada vez melhor na superfície”, onde procurará repetir a 3.ª ronda alcançada em 2016.

De resto, todos os outros treinos acontecem no Aorangi Park, o recinto de treinos do All England Club, que conta com 22 courts dedicados às sessões de treinos antes e durante aquele que é considerado por muitos como o torneio mais emblemático do calendário. Aí, diz o treinador do número 1 português, “os campos são mais lentos do que os de jogo.”

Sobre a fase que o seu pupilo atravessa (perdeu 8 dos últimos 9 jogos que disputou), Frederico Marques não esconde que “depois de um início de época a bom nível, o melhor início da carreira do João, os resultados competitivos não têm sido como desejávamos” e assume a responsabilidade: “Compete-me a mim ter o João nas melhores condições durante o ano e tal não tem acontecido.”

O treinador português de 30 anos diz que vai “continuar a trabalhar e a evoluir para inverter a situação”, que pode conhecer um ponto de viragem já na próxima semana, quando um ano depois os dois voltarem aos courts relvados (agora de competição) do All England Club. Pela frente, João Sousa terá o alemão de origem jamaicana Dustin Brown,  um jogador que se dá bem na relva e acrescenta a cada jogo em que participa um toque de magia.

Nas palavras de Frederico Marques, trata-se de “um jogador muito perigoso e ainda mais nestas superfícies”, que “serve muito bem e não gosta de longas trocas de bolas. É um jogador de pisos muito rápidos, que realiza serviço-rede e resposta-rede em muitas situações.” O treinador português espera “um encontro em que a decisão passará por duas ou três bolas chave, um ponto de break convertido ou não em cada set” e destaca um aspeto com que João Sousa pode fazer a diferença: “O João é um dos melhores do mundo no capítulo da resposta e grande parte do jogo passa por estar acertado aí.”

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