Andy Murray vence duelo de fogo de artifício e mostra que está vivo (e bem vivo)

Não era fácil a tarefa que cabia ao número 1 mundial, Andy Murray, na terceira ronda de Roland Garros. O vice-campeão da última edição tinha pela frente Juan Martin del Potro naquela que era uma reedição da final olímpica (ganha pelo britânico) e do inesquecível embate de 5 horas nas meias-finais da Taça Davis (ganho pelo argentino) e precisou de se aplicar muito para sair por cima — com parciais de 7-6(8), 7-5 e 6-0 — e mostrar que está vivo, e bem vivo!, na terra batida de Paris.

Longe da melhor forma mas motivado em seguir em frente, foi assim que o britânico se apresentou perante um court Philippe Chatrier para o grande duelo do dia. Do outro lado da rede estava um del Potro à procura do regresso aos grandes resultados num torneio do Grand Slam. E se pensa que a ausência de 5 anos do torneio parisiense o podia distanciar do apoio do público, engane-se: não faltaram cânticos de apoio à Torre de Tandil ao longo de todo o duelo.

Sempre prontos a dar espetáculo, os dois jogadores foram protagonistas de uma batalha monumental que recebeu elogios do primeiro ao último ponto. E não é para menos: sempre muito equilibrada, a contenda viu quer o britânico, quer o argentino fecharem pontos de elevada qualidade com grandes pancadas.

E foi apenas nos detalhes que se fez a diferença. O primeiro set, que viu ambos os jogadores terem mais do que um ponto para o fechar, só ficou concluído depois de 1h24, com o britânico vencer o tiebreak por 10-8. Já no segundo, tudo parecia ligeiramente mais fácil para Murray, só que contra del Potro nada está fechado e o argentino voltou a prová-lo, conseguindo devolver o break numa fase decisiva do parcial para complicar ainda mais a tarefa ao número 1 mundial.

Com o público a cantar e gritar por “Delpo”, Murray teve de se refugiar nos seus pensamentos para sair vencedor de mais um parcial muito equilibrado e dar início à caminhada final rumo à vitória: o terceiro set começou com um break favorável ao primeiro cabeça de série e não seria tão disputado quanto os anteriores, dado que del Potro não conseguiu ter armas para recuperar o terreno perdido logo no jogo inaugural.

Sem resultados merecedores de grande destaque em 2017, Andy Murray parece estar a encontrar, em Paris, alguma da sua melhor forma e já está nos oitavos de final, etapa a que chega pela 8.ª vez nas últimas 8 participações (não jogou em 2013 devido a problemas físicos).

Como próximo adversário, o líder do ranking mundial o vencedor do encontro entre o “gigante” John Isner e a promessa Karen Khachanov, responsável pelo surpreendente afastamento de Tomas Berdych em parciais diretos.

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