ITF aplica suspensão de dois anos a Maria Sharapova

Naomi Osaka
Fotografia: USTA/Darren Carroll

Primeiro um e-mail a anunciar a publicação de um comunicado, depois o anúncio: a Federação Internacional de Ténis (ITF) comunicou esta quarta-feira a suspensão de Maria Sharapova durante 24 meses (2 anos), com efeito imediato a partir do final de janeiro de 2016, data em que a tenista russa acusou positivo a Meldonium num controlo anti-doping efetuado após perder nos quartos de final do Australian Open.

“Um tribunal independente considerou que a Maria Sharapova cometeu uma violação ao programa de anti-doping e e, como consequência, impôs um período de suspensão de dois anos, a ter início a 26 de janeiro de 2016”, começa por ler-se na nota publicada pela ITF às 16h desta quarta-feira em Portugal Continental.

“Numa audição de dois dias, entre 18 e 19 de maio de 2016, o tribunal recebeu provas e ouviu ambas as partes até chegar à decisão de que a Sra. Sharapova ficará ilegível para disputar encontros profissionais entre os dias 26 de janeiro de 2016 e 25 de janeiro de 2018, bem como a desconsideração do resultado obtido no Australian Open”, pode ler-se ainda.

No anúncio, a Federação Internacional de Ténis deu ainda conta que “a jogadora admitiu ter omitido o consumo de Meldonium em qualquer formulário anti-doping preenchido entre 2014 e 2016.”

Tenista russa vai recorrer à decisão do tribunal

Poucos minutos depois do comunicado publicado pela Federação Internacional de Ténis, Maria Sharapova comentou a decisão do tribunal na sua página no Facebook, afirmando que vai levar o caso para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS): “Não posso aceitar uma pena tão injusta e pesada como uma suspensão de dois anos e vou recorrer imediatamente da suspensão para o Tribunal Arbitral do Desporto.”

Na nota partilhada com a comunicação social, Sharapova disse ainda que a “a ITF pediu ao tribunal uma suspensão de quatro anos, a ITF gastou muito tempo e recursos a tentar provar que eu tinha violado intencionalmente as regras do programa anti-doping e o tribunal concluiu que eu não o fiz. Precisam de saber que a ITF pediu ao tribunal uma suspensão de quatro anos e que o tribunal rejeitou essa posição.”

WTA já reagiu à suspensão de Sharapova

A Women’s Tennis Association (WTA) já reagiu à suspensão de Maria Sharapova, através de uma nota publicada no seu website oficial e assinada pelo CEO, Steve Simon.

“É importante que os jogadores estejam sempre conscientes das regras e que as sigam”, começou por dizer a figura máxima do órgão. “Neste caso, a Maria assumiu as responsabilidades pelo seu erro desde o início. O WTA apoia o processo que a ITF e a Maria seguiram. A ITF tomou a sua decisão e, de acordo com o Programa Anti-Doping do Ténis, a decisão pode ser levada ao Tribunal Arbitral do Desporto. O WTA vai continuar a seguir este caso e esperemos que tudo seja resolvido o mais depressa possível”, concluiu.

Agente de Sharapova diz ter sido responsável pelo erro

O agente de Maria Sharapova, aquando do seu testemunho perante o tribunal, assumiu ter sido ele a cometer o erro que agora dita a suspensão da tenista russa por dois anos.

De acordo com o documento do tribunal, o agente de Sharapova “no seu segundo testemunho, assinado a 11 de maio, declarou que teria assumido a responsabilidade de verificar as medicações e suplementos da Sra.Sharapova contra a lista de substâncias proibidas da WADA, depois da jogadora ter abandonado os cuidados do Dr.Skalny, em 2013. A sua explicação acerca do porquê de ter falhado o cumprimento da sua responsabilidade é a seguinte: em novembro de 2013 e 2014 ele imprimiu uma cópia da lista de substâncias proibidas para o ano seguinte para levar consigo nas suas férias para as Caraíbas para que a pudesse verificar. Em 2015 ele separou-se da sua mulher, não fez as suas férias anuais nas Caraíbas e, devido a problemas na sua vida pessoal, falhou a revisão da lista de substâncias proibidas para 2016.”

[Gaspar Ribeiro Lança & Daniel Sousa]

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