Andy Murray: “Devia investir-se mais no programa anti-doping e não tanto no prize-money”

Numa grande entrevista concedida ao Daily Mail durante a última semana, o britânico Andy Murray voltou a comentar o “caso” Maria Sharapova e os controlos anti-doping, dizendo ser “um sinal de progresso” que a ITF tenha agido rapidamente. Na mesma entrevista, deixou ainda a sugestão de se concentrar mais dinheiro no programa anual para proteger a integridade do desporto.

“Quando alguém como a Sharapova é suspenso vejo-o como positivo, porque se os desportos protegerem as estrelas quando essas coisas acontecerem é um grande problema. Se alguém está envolvido num processo [de fixação/manipulação de resultados ou doping], o mundo do ténis deve deixar que as pessoas saibam. Tanto quanto sei, isso vai passar a acontecer”, começou por dizer o tenista britânico, que atingiu as meias-finais em Monte Carlo.

“Vai passar a ser do conhecimento público sempre que um jogador está a cumprir suspensão, portanto vão deixar de haver suspensões silenciosas ou dizer-se que alguém estava lesionado, como aconteceu com o Marin Cilic quando desistiu de Wimbledon. Isso era horrível. Não acho que o desporto deva fazer o que quer que seja para proteger alguém quando faz batota. Ao primeiro sinal de um problema, tem de se agir para tentar mudar isso em vez de se dizer que ‘é muito raro’. Não, tem de se ter a certeza de que não vai acontecer outra vez.”

De forma a combater o doping, Andy Murray sugere um “maior investimento no programa anti-doping. Há vários torneios que dão mais de 700.000 dólares ao campeão, enquanto o programa anti-doping anual continua a estar reduzido a poucos milhões de dólares. Para proteger a integridade do desporto fazia muito mais sentido investir-se mais no programa anti-doping e não tanto no prize-money.”

À conversa com o jornal inglês, Murray confessou que já defrontou jogadores que o fizeram suspeitar de estarem a infringir as regras anti-doping por “nunca parecerem cansados”, mas que “é difícil ter a certeza porque no nosso desporto os jogadores podem melhorar muito uma pancada ou mesmo o serviço por terem feito mudanças tácticas.  Mas se é só uma questão física e se vê jogadores disputarem encontros de seis horas de forma consecutiva sem parecerem cansados, então devia investigar-se.”

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