Maria Sharapova: “Não há desculpas para o que fiz mas é errado dizer que fui avisada cinco vezes”

Igor Marcondes
Fotografia: DGW Comunicação

Foi novamente através do Facebook que Maria Sharapova partilhou uma publicação com os seus seguidores. Esta sexta-feira, a tenista russa explica pormenorizadamente onde falhou e diz ser errado afirmar que foi avisada cinco vezes em relação às alterações, negando ainda outras alegações feitas por órgãos de comunicação social internacionais.

“Uma notícia diz que fui avisada cinco vezes em relação à passagem do medicamento que tomava para a lista de proibições. Isso não é verdade e nunca aconteceu”, começa por dizer a tenista russa de 28 anos em relação à notícia inicialmente publicada pelo The Times. “Isso é uma distorção das ‘comunicações’ atuais que foram fornecidas ou simplesmente colocadas num website.”

“Não crio desculpas por não ter conhecimento da proibição. Já vos contei do email que recebi a 22 de dezembro, com o assunto ‘Alterações Principais ao Programa de Anti-Doping do Ténis em 2016’, a que devia ter prestado mais atenção. Mas outras ‘comunicações’? Não passaram de newsletters e links.

A 18 de dezembro, recebi um email com o assunto “Players News.” Continha uma newsletter num website que tinha muitas informações sobre viagens, torneios que se seguiam, rankins, estatísticas, mensagens de parabéns e informações sobre anti-doping.

Naquele e-mail, se um jogador quisesse saber pontos específicos sobre as substâncias adicionadas à lista anti-doping, tinha de carregar em ‘Players News’, ler várias mensagens não-relacionadas, encontrar a área dos jogadores, colocar a password e o nome de utilizador, passar pela página inicial com vários links de diversos assuntos, encontrar a alínea referente às alterações de 2016, clicar no link e ler uma página com cerca de três dezenas de links sobre vários assuntos relacionados com o anti-doping.

Depois, tinha de clicar-se no link correto, abri-lo, descer até à página dois e aí sim, encontrar-se-ia um nome diferente da medicação que eu estava a utilizar. Por outras palavras, para ficar a par deste ‘aviso’, tinha de abrir um email com um assunto que nada tinha a ver com anti-doping e fazer muitos, muitos clicks. Algumas pessoas da imprensa podem chamar a isto um aviso. A maioria das pessoas dirá que é difícil de encontrar.”

Na mesma mensagem partilhada por Maria Sharapova na noite desta sexta-feira, lê-se que “também ouve um boletim a ser distribuído em vários torneios no início de 2016, depois das alterações entrarem em efeito. Era um documento com milhares de palavras, muitas delas técnicas e em letras pequenas. Se o devia ter estudado? Sim, mas se virem este documento (que anexo*), vão perceber o que é que quero dizer.”

“Digo mais uma vez que não há desculpas para o que fiz, mas é errado dizer que fui avisada cinco vezes. Uma outra notícia dizia que o tratamento normal com este medicamento é de 4 a 6 semanas. O que muitos jornalistas falharam em dizer foi que o tratamento pode ser repetido duas ou três vezes ao longo do ano, que foi o que fiz de acordo com o que me foi aconselhado pelo médico. Não tomei os medicamentos todos os dias.”

No final do extenso post que publicou na sua página no Facebook, Maria Sharapova voltou a frisar que espera que lhe seja permitido voltar aos courts para continuar a carreira de tenista profissional e que, independentemente de tudo, “quero que vocês, os meus fãs, saibam a verdade e tenham acesso aos factos. Estou orgulhosa da forma como joguei até agora. Tenho sido sempre honesta e não vou fingir que estou lesionada para esconder a verdade sobre o resultado de um controlo anti-doping.”

Imagens partilhadas por Maria Sharapova em conjunto com o texto:

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