Chegar, vencer, celebrar e partir. Foi assim a última semana de Felipe Cunha e Silva, Nuno Borges e Francisco Cabral, que, sob o comando de Emanuel Couto, venceram a fase de qualificação da European Summer Cub Sub18 e garantiram um lugar na fase final, a disputar-se já nos próximos dias. O Ténis Portugal esteve à conversa com os responsáveis pelo grande triunfo lusitano.
Se no escalão de sub16 a prova serve também de qualificação regional para a Taça Davis junior, no escalão de sub18 disputa-se sob o nome de European Summer Cup e, este ano, Portugal esteve incluído na Zona B, que se disputou em Veneza e que contava também com a presença da Croácia, Reino Unido, Rússia e, claro, Itália.
No primeiro jogo da qualificação, frente à Rússia, o resultado foi favorável a Portugal por 2-1, com Francisco Cabral e Felipe Cunha e Silva a darem o ponto decisivo ao conjunto lusitano ao derrotarem Bogdan Bobrov e Alexander Bublik (4-6 7-6[2] 6-4) depois de Nuno Borges ter vencido Boris Pokotilov por 6-3 6-2 e Felipe Cunha e Silva ter cedido por 4-6 4-6 perante Alexander Bublik.
À conversa com o Ténis Portugal, Nuno Borges — responsável pela primeira vitória de Portugal na prova — disse ter sentido que fez “um bom trabalho apesar de estar um pouco nervoso” e não se “sentir da melhor maneira dentro do campo” num jogo em que manteve “uma boa postura” e foi “capaz de superar o adversário.” Para o tenista da Maia “sempre foi um sonho poder representar Portugal”, sendo que Borges quer ainda “fazer de tudo para o que o país vença e seja ‘ouvido’ em todo o mundo.”
Já Francisco Cabral, relembrou que era a sua primeira vez a jogar pela equipa nacional e que por isso mesmo se sentiu “nervoso no início do par da primeira ronda”, sentimento do qual se conseguiu abstrair para “com a ajuda do Felipe e de toda a equipa conseguirmos fazer um bom jogo e obter uma grande vitória no encontro decisivo”, que não só colocava Portugal na final da qualificação como garantia, desde já, a passagem à fase final, que se disputa em França.
Ainda sobre o mesmo embate, Felipe Cunha e Silva diz ter “entrado bastante bem no encontro frente à Rússia”, onde apesar de “não ter conseguido aproveitar as oportunidades da melhor maneira e não ter dado a vitória a Portugal naquele instante” considera ter feito “um bom jogo a nível global.” Se a derrota em singulares não era o resultado desejado, no par, em que ainda entrou “a pensar um pouco no jogo e foi difícil entrar” contou com a ajuda de Cabral para realizar “um jogo muito bom”.
Conseguido o objetivo tão desejado de passar à fase final, Portugal disputava ainda a final da qualificação contra a equipa da casa, a Itália, que na ronda anterior deixara para trás o Reino Unido (3-0). Aqui, Cabral derrotou Corrado Summaria por 2-6 7-6(5) 7-6(5) antes de Andrea Pellegrino vencer Nuno Borges pelos parciais de 6-3 6-2, deixando uma vez mais a decisão para o par onde, desta feita, foram Borges e Cunha e Silva a atuar. Tal como contra a Rússia, o triunfo (6-3 6-4 vs Federico Bonacia e Andrea Pellegrino) sorriu aos comandados de Emanuel Couto, que conquistavam assim a ‘taça’ de campeões.
Com o seu primeiro encontro de singulares disputado com a camisola de Portugal, Francisco Cabral reconheceu estar “bastante nervoso por ser o meu primeiro singular e defrontar um adversário forte, que vinha de excelentes resultados”, mas ainda assim conseguiu dar a volta ao nervosismo e ao desenrolar inicial do encontro, em que o adversário chegou mesmo a servir para ganhar em dois sets. Para o jogador, “foi um prazer enorme e um orgulho poder defender o nome de Portugal e fico feliz por termos conseguido alcançar os nossos objetivos enquanto equipa.”
Para segundo e último singular foi escalado Nuno Borges, que diz ter-se deixado “levar muito pelo resultado e ficar frustrado, sem entender que o adversário estava a jogar a um nível que não fui capaz de superar” antes de regressar ao campo para disputar o par decisivo, um “ótimo encontro onde soubemos aproveitar bem as oportunidades e ter sempre uma atitude competitiva” ao lado de um parceiro com quem “foi muito bom jogar — ajudamo-nos e fomos fortes juntos.”
Felipe Cunha e Silva, por sua vez, considerou a última jornada como “um dia muito duro porque cheguei cansado ao par só pelo facto de estar a ver/apoiar o Francisco e o Nuno.” Já sobre o jogo, o jogador do CETO reconhece que “eu e o Nuno jogámos muito bem, soubemos tirar partido do que cada um tem de melhor e encaixar bem de modo a dar a vitória de Portugal.”
Se o triunfo é merecedor de celebrações e destaque, a verdade é que não resta muito tempo à equipa portuguesa para descansar. Afinal, é já a partir de amanhã, segunda-feira, que em La Rochelle, França, disputam a fase final da competição, juntamente com República Checa, França, Itália, Polónia, Roménia, Espanha e Eslováquia. Como diz Francisco Cabral, Portugal está agora “entre as melhores seleções da Europa e serão jogos muito difíceis, mas sabemos o valor que temos e vamos dar tudo para levar o nome de Portugal o mais longe possível.” As palavras são, aliás, partilhadas por Nuno Borges, que espera “ir longe na próxima fase” não fazendo no entanto disso uma obrigação, “visto que a competição é dura e estão todos lá para ganhar.” Se o jogador da Maia quer “fazer tudo para ganhar”, Felipe Cunha e Silva diz que “vamos continuar a trabalhar juntos para levar o nome de Portugal mais alto.”