Portugal estreou-se esta semana a organizar provas da Winter Cup em território nacional com o desenrolar da fase de qualificação de sub16 da prova europeia em Coimbra. O resultado? Uma vitória da equipa lusitana, que no final do mês de fevereiro estará a disputar a fase final da competição. À conversa com o Ténis Portugal esteve José Gaspar, responsável pela comunicação do evento.
Duarte Vale, João António, Daniel Rodrigues e Luís Faria. Foram eles que, comandados por Vítor Ferreira, ao longo dos últimos dias, venceram a Sérvia (3-0), a Holanda (2-1) e, por último, a Suécia (2-1, com triunfos de Duarte Vale sobre Linus Bergevi [6-0 6-1], Karl Friberg perante João António [6-4 6-4] e Vale/António frente a Friberg e Jonas Eriksson, por 6-4 5-7 6-1) para fechar de forma perfeita a primeira etapa da Winter Cup organizada em solo lusitano, que serve assim de ‘preparação’ — afinal, em jogo estava também a confirmação do apuramento — perfeita para a fase final.
Segundo José Gaspar, em 2013 foi delineada pela secção de ténis da Associação Académica de Coimbra (AAC) uma estratégia para o futuro “com o intento de chegar a escalões etários mais jovens de várias formas”, evitando assim a diminuição do número de praticantes jovens no futuro. A oferta da modalidade foi considerada por dois motivos, como avança ainda o responsável pela comunicação da prova: “para que crianças cujos familiares nunca tiveram contacto com o ténis o possam ter no imediato e depois, agora de forma imediata, para que no futuro essas crianças sejam os familiares que levam as futuras crianças (os nascituros) ao ténis”, algo que tem vindo a ser conseguido com a organização de ações de formação gratuitas em estabelecimentos de ensino.
Quanto à histórica (e inédita) organização da prova em Portugal, surge como consequência de uma aposta “em torneios de escalões jovens após termos organizado vários torneios do circuito ITF sénior”, de que são exemplo as várias provas sub12 internacionais levadas a cabo na região de Coimbra. No caso da Winter Cup, uma competição que anualmente reúne cententas de jovens atletas, “proporciona aos jogadores portugueses a hipótese de competir a nível internacional no país”, algo que, segundo adianta Gaspar, contribui para o aumento de motivação dos mesmos.
“Os primeiros passos são sempre os pequeninos”, confessa José Gaspar em relação à organização de uma fase de qualificação que “surge de forma natural e evidente”. Quanto a uma futura e eventual disputa da fase final no país, o representante da prova para a comunicação diz ainda que “pela nossa parte já mostrámos capacidade para organizar qualquer tipo de evento” e que “no que depende de nós, estamos preparados e seria uma honra mas… há organizações que não são possíveis sem apoios suplementares”, relembra, referindo os “grandes esforços que têm sido feitos a nível financeiro e humano para conseguir organizar estas provas.” No futuro, como diz, “tudo vai depender de novos apoios e da estrutura humana envolvida.”
A vontade existe e o constante investimento no futuro do ténis está sempre presente, mas nem tudo é fácil. “Financeiramente temos de fazer alguns esforços, visto que às vezes é mais fácil dispender de dinheiro próprio do que tentar encontrar alguém que queira investir connosco”, partilha ainda José Gaspar com o TP, antes de referir que “infelizmente este clube não é uma ilha, estamos inserido numa estrutura universitária e por vezes as orientações politico-estratégicas mudam radicalmente sem a preocupação de se adaptarem a estratégias já delineadas a longo prazo”, tendo em conta que “quando não nos podemos adaptar a essas mudanças temos de deixar cair certos projectos para os quais muitas vezes já dispensámos muitos meios.”
Numa semana em que Portugal subiu ao lugar mais alto do pódio, “os apoios reunidos e a superação destes obstáculos” são factores chave para que uma eventual candidatura futura à organização da fase final da Winter Cup seja bem sucedida. Para já, a seleção portuguesa ruma a Rochin, França, para disputar a fase final de 20 a 22 de fevereiro.
