Satisfeito e confiante em melhorias. É assim que André Lopes, capitão da selecção nacional feminina da Fed Cup, analisa os dias de trabalho no Centro de Alto Rendimento, no Jamor. Em declarações exclusivas ao Ténis Portugal, o ex-jogador, agora treinador, falou ainda das várias possibilidades de escalonamento para cada embate no Grupo I da Fed Cup, a ter lugar em Budapeste, na Hungria, entre 4 e 7 de fevereiro.
“Foi uma semana em que como tinha previsto no início não era fácil juntar as atletas todas durante todos os dias”, começou por revelar o técnico, que se considera “satisfeito com as sessões de trabalho que temos tido até agora e hoje especialmente satisfeito por ver que a Maria João Koehler já deu uns passos em frente na sua recuperação e conseguiu fazer um set de pares com a Bárbara Luz.”
De facto, o estágio da comitiva portuguesa no Jamor foi atormentado pelo começo de época, que se reflete na falta de ritmo das jogadoras — algumas ainda a recuperar de pequenas lesões, como Maria João Koehler (no pé) e Inês Murta (ressentida na sessão de treinos de quinta-feira à tarde) — que resultou, por vezes, em poucas soluções de treino, dado que Michelle Larcher de Brito (viaja diretamente para a Hungria, dos Estados Unidos da América) esteve ausente. Ainda assim, Lopes ressalva que “foi melhor termos tido estes dias de treinos do que não os ter. Claro que não há momentos perfeitos e teríamos gostado que estivessem todas numa fase mais avançada da época, com mais ritmo competitivo e sem lesões, mas temos de lidar com isso da melhor forma.”
Se na quarta-feira os trabalhos incidiram na preparação de Inês Murta, que “no caso de jogar vai melhor preparada e está numa posição diferente se tiver de ser chamada a competir [comparativamente à estreia, em 2014]”, na quinta-feira a recuperação de Maria João Koehler intensificou-se (com a presença de Ekaterina Lopes no court) até que, já nesta sexta-feira, foi possível à tenista portuense disputar um set-treino ao lado de Bárbara Luz, com os jovens Alexandre Meireles e Luís Faria — o último também presente na jornada de quinta, para trabalhar com Murta — a formarem a parceria oposta.
Sobre o planeamento de jogo e alinhamento para cada dia, André Lopes considera que os próximos dias (a comitiva trabalha em Lisboa na manhã deste sábado, antes de viajar no domingo para Budapeste, onde deverá treinar na segunda e terça-feira) “vão ajudar-nos a esclarecer as ideias em relação à equipa que poderemos apresentar no primeiro dia porque ainda quero ver como é que as jogadoras se comportam lá, como é que reagem aos treinos e à intensidade com que fazemos exercícios.”
Maria João Koehler e Bárbara Luz vão treinando sob o olhar atento de André Lopes pic.twitter.com/ZdVuEllWlm
— Ténis Portugal (@TenisPortugal) 30 janeiro 2015
Apesar de serem Larcher de Brito e Koehler as primeiras escolhas para os encontros de singulares (dois em cada dia), caso a tenista portuense não esteja totalmente recuperada “tanto a Bárbara [Luz] quanto a Inês [Murta] estão mais maduras e competitivas em relação à época anterior, portanto se tiverem de ser chamadas tenho a certeza de que darão uma resposta”, adiantou Lopes, que confessou “não querer correr o risco de colocar a Maria João em competição sem ela estar recuperada ou perto dos 100%, nem de que ela não jogue da sua melhor forma e ainda atrase mais a sua recuperação.”
Com a Bielorrússia, de Victoria Azarenka, a Bulgária e a Geórgia pela frente na Pool C, o técnico português não descarta a possibilidade de apostar em Bárbara Luz e Inês Murta quer em singulares quer em pares, depois de um treino em que colocou Luz e Koehler a jogar pares pela primeira vez: “Estes dias também servem para fazermos outros testes e tentarmos combinações de pares que poderão entrar em jogo. Acho que elas nunca tinham jogado juntas, portanto não é uma opção natural mas é uma possibilidade e iremos tentar outras durante os próximos treinos para chegarmos ao dia de jogo e conseguirmos apresentar a melhor equipa possível.” Para Lopes, “poupar a Bárbara para um par, onde possa estar fresca, e tentar jogar o singular com a Maria se estiver em condições, ou colocar a Inês a jogar singulares se realmente quisermos apostar no par” serão algumas das opções possíveis em solo hungaro.