É o assunto de que todos falam há já um par de anos. Seja num camarote ou noutro ou mesmo num court secundário para sessões de treinos, há hoje em dia lendas do ténis espalhadas um pouco por todo o lado, passe-se a expressão. Do substituído Lendl a Becker, Edberg, Chang, Ivanisevic e, agora, Mauresmo. Não há como parar.
Dos referidos, quatro estarão nas meias-finais do quadro principal masculino do US Open 2014:
- Boris Becker vs Michael Chang
- Goran Ivanisevic vs Stefan Edberg
Se lhe parece impossível, garantimos que não seria. A diferença de idades é pouca e hoje estão todos eles preparados para entrar em campo. Por outra porta, é certo, e com menos destaque, mas estarão lá. Becker estará no camarota de Djokovic, onde espera ver o seu pupilo conquistar um segundo Major segundo o seu ‘mandat0’; Chang espera ver Nishikori fazer história ao derrotar o número um mundial e seguir para a final, tal como Ivanisevic; Edberg, por sua vez, torce por que Federer regresse às vitórias em torneios do Grand Slam.
É, chamemos-lhe, o mudar dos tempos. Se Mats Wilander há dias afirmou que ‘no seu tempo’ tudo era diferente — indiscutivelmente — por não existir nem sistema eletrónico de arbitragem nem métodos que permitissem conhecer todos os adversários sem uma observação presencial, hoje o jogo é mais tático: os jogadores vão para o court com todos os pontos fortes e fracos dos adversários; pisam as quatro linhas com uma ideia do que têm de fazer para o ultrapassar e, por vezes, essa mesma ideia baseia-se mais no estudo do oponente do que na execução do próprio jogo.
Ora Becker, Chang, Ivanisevic e Edberg sabem, todos eles, o que é disputar e vencer uma final de um torneio do Grand Slam (tal como Lendl ou Mauresmo). Foi por isso que foram chamados: para levar os seus púpilos à derradeira partida destes torneios e tornar mais fácil a vitória. É o ténis moderno. As lendas voltam aos courts para ajudar os tenistas do presente e assim regressam à modalidade. Para nós, que vemos de fora, é um prazer observar quão útil é a sua experiência.
