Já se sabia, é certo, mas acontecimentos recentes levaram a que o reinado de Rafael Nadal na terra batida fosse colocado em causa nesta edição do torneio de Roland Garros. Esteve longe de o ser e Robin Soderling mantém-se como o único homem da história a alguma vez derrotar o tenista espanhol no segundo Major da temporada.
Novak Djokovic foi o mais atrevido dos mosqueteiros a lutar pela Taça, mas, uma vez mais, só um lhe conseguiu tocar. E se o começo em falso, tal como no encontro frente a David Ferrer, deu asas a que muitos duvidassem da continuação da sua liderança, a conquista do segundo parcial colocou praticamente um ponto final em toda a discussão. O título, o estatuto de número um mundial, começavam ali a ganhar contornos de decididos.
Apesar das bem frescas declarações de Toni Nadal, que afirma ser a relva a superfície preferida do seu sobrinho, é no pó de tijolo que o tenista maiorquino verdadeiramente se destaca: desde 2004, ano em que se estreou no torneio, apenas perdeu um encontro (na quarta ronda de 2009, para Soderling), somando portanto nove títulos. É o primeiro a vencer um torneio do Grand Slam por nove ocasiões, é o primeiro a triunfar em Roland Garros por cinco anos consecutivos.Ele desliza, ele bate direitas na passada, ele atravessa o court de um lado ao outro sem nunca desistir. Tem vindo a ser esta a história de Rafael Nadal sobre o pó de tijolo e, especialmente, em Paris ao longo das últimas dez temporadas. Até quando? Ninguém o sabe, mas sempre que estiver saudável assume-se como a maior ameaça existente. Nem Djokovic, nem Federer, nem Ferrer podem ser considerados favoritos se se defrontarem de igual para igual nesta superfície. Afinal, e assim o ficou provado, quatro vitórias consecutivas e a luta pelo número um mundial não são suficientes para destruir o seu reinado.