Portugal Open: os campeões

De 1990 a 2013 muita história se fez. Vinte e quatro edições do Portugal Open foram jogadas e, como tal, vinte e quadro campeões foram consagrados. Ao longo dos anos, têm sido muitos os jogadores de elite a passar pelo Jamor e é precisamente com adjectivos bem ricos que se caracteriza a lista de vencedores do torneio português.
Desde o início da prova, o espanhol tem vindo a ser a língua mais falada em cerimónias de encerramento: primeiro por tenistas espanhóis e nos anos mais recentes por atletas vindos da América do Sul. No entanto, não são os únicos a triunfar no Jamor.
Mas voltemos ao primeiro ponto. A lista de campeões masculinos do Portugal Open é merecedora dos maiores elogios e compete com muitas outras de torneios de categoria superior do circuito mundial. Olhemos então para os primeiros nomes da lista: Emilio Sanchez em 1990 e Sergi Bruguera em 1991. O primeiro dominou a dada altura o circuito mundial de pares (foi número um e venceu cinquenta torneios), o segundo foi um dos mais carismáticos jogadores da década de noventa e venceu Roland Garros por dois anos consecutivos.
A Sanchez e Burguera seguiu-se Carlos Costa (1992), o terceiro espanhol a ganhar a prova nos seus três anos de existência, que mais tarde (1994) se viria a sagrar no primeiro bi-campeão. Tal como Costa – ex-top10 mundial e finalista de treze torneios profissionais de singulares -, também Thomas Muster (1995 e 1996), Albert Montañes (2009 e 2010), Juan Martin del Potro (2011 e 2012) e David Nalbandian  (2002 e 2006) levantaram o troféu por duas vezes. Stanislas Wawrinka pode juntar-se a este lote já em 2014, precisando para isso de repetir o triunfo de 2013 sobre o espanhol David Ferrer naquela que foi uma das finais mais cotadas da prova.
Muster e Del Potro, cada um com um título do Grand Slam conquistado (sendo que o austríaco foi mesmo número um mundial e o argentino número quatro), dispensam grandes apresentações. No entanto, é importante mencionar que as suas conquistas em Oeiras surgiram em momentos decisivos das suas carreiras: Muster conquistou em Portugal o seu segundo título de 1995 para semanas depois triunfar em Roland Garros; Del Potro regressou as vitórias após cerca de um ano de ausência devido a lesão quando meses antes se havia apresentado a um grande nível em Nova Iorque para vencer o US Open.

Se Del Potro em 2011 e 2012 encantou no Jamor, em 2007 foi o ano de Novak Djokovic brilhar na terra batida portuguesa e erguer o troféu de campeão numa edição em que contou com muito carinho do público e que antecedeu o seu ‘salto’ para o topo do ténis mundial: meses depois, em Melbourne Park, venceria o seu primeiro torneio do Grand Slam. Como ele, também Carlos Moya (vencedor de Roland Garros em 1998 e número um mundial em 1999), no ano de 2000, Juan Carlos Ferrero, campeão em 2001 – dois anos antes de atingir o topo do ranking, vencer Roland Garros e atingir a final do US Open – e Gaston Gaudio (em 2005, um ano depois de ter vencido o torneio de Roland Garros) também constam da lista de campeões

O grande momento do torneio remonta, porém, ao ano de 2008, quando o então número um mundial Roger Federer veio a Portugal pela primeira vez e colocou o seu nome na lista de vencedores do torneio. A lotação do court central foi aumentada, pequenos e graúdos atravessavam o complexo a correr para terem mais uma oportunidade de o ver executar uma pancada, Portugal rendia-se às qualidades do talentoso tenista suíço. O ténis exímio de Federer levou o então Estoril Open a um outro nível e nem a desistência de Davydenko na final manchou a edição. Dois anos mais tarde, o suíço voltaria para perder nas meias-finais; a surpresa deixou tudo e todos de fé perdida mas na outra metade do quadro estava Frederico Gil, que se tornava no primeiro português de sempre a disputar uma final de singulares ATP.
A ausência de Federer da grande final era então compensada pela presença de um português, que tinha pela frente o campeão em título, Albert Montañes. Se é igualmente essencial recordar o fantástico triunfo de Gil no Centralito frente a Garcia Lopez nas meias-finais, num dia muito atrapalhado pela chuva, foi no último domingo de competição que o sintrense voou mais alto. E esteve perto de triunfar.
A Gil sucederam-se tentativas de João Sousa e Gastao Elias (quartos de final em 2012 e 2013, respectivamente), mas é em 2014 que Portugal tem a sua maior esperança: João Sousa, natural de Guimarães, tornou-se no último mês de setembro no primeiro português a vencer um torneio ATP e é agora o número 39 do mundo. Com grandes resultados ‘no bolso’ ao longo dos últimos meses, Sousa será então cabeça de série do torneio (algo inédito para um tenista português) e contará com todo o apoio do público para lutar pela chegada onde nunca antes nenhum compatriota chegou.

No Portugal Open triunfaram ainda Andrei Medvedev (1993), Alex Corretja (1997), Alberto Berasategui (1998), Albert Costa (1999), Nikolay Davydenko (2003) e Juan Ignacio Chela (2004).

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