Ranking ATP foi criado há 40 anos

Há quarenta anos atrás, no ano de 1973, a Associação de Tenistas Profissionais (ATP) criou o sistema de rankings que ainda hoje está em vigor e permite determinar não só a classificação dos jogadores ao longo e no final da temporada mas também grande maioria da lista de cabeças de série dos torneios, sendo hoje uma ‘parte’ indispensável do ténis profissional.
Engane-se quem pensa que em 1968, no começo da Open Era, os sistemas de ranking eram semelhantes aos de hoje, pois eram calculados de forma subjectiva pelas associações nacionais, torneios e por alguns jornalistas que tinham as suas próprias listas de dados, como recorda o antigo director europeu da ATP e consagrado escritor da modalidade, Richard Evans: “O único ranking que contava era o de Lance Tingay [jornalista do The Daily Telegraph]. As Federações de ténis criavam os seus próprios rankings, o que significava que cada torneio tentava assegurar que o número um seria do seu país; os torneios major permitiam a cada Federação nomear quatro dos seus jogadores favoritos.” Factores como a popularidade dos jogadores e consequentes impactos a nível de bilheteiras tinham também muita influência na ordem em que os jogadores eram colocados pelas diversas organizações dos torneios, o que começou a dar origem a uma grande indignação por parte de muitos atletas, directores de eventos e pessoas próximas à modalidade.
Posto isto, em agosto de 1972 chegou-se à conclusão de que a recentemente criada Associação de Tenistas Profissionais precisava de criar um sistema de rankings que não fosse influenciado por preferências individuais e que, assim, não prejudicasse nenhum atleta. Stan Smith, actualmente com sessenta e seis anos e considerado número um mundial entre 1971 e 1972, relembra que “Jack Kramer [o primeiro director executivo da ATP] queria que o circuito apenas fosse constituído por torneios prize money em detrimento de eventos que ofereciam ‘garantias’ aos jogadores. Os atletas começaram a preocupar-se com o ranking e a ATP sentiu que deveria controlar o sistema de forma independente – sem ajuda da ITF.”
Posto isto, a inovação que teve lugar em 1973 mudou definitivamente o rumo do ténis, razão que leva a ATP a celebrar o quadragésimo aniversário dos agora intitulados Emirates Rankings. Inicialmente, o sistema (que foi lançado durante o mandato de Cliff Drysdale, primeiro presidente da história da ATP, e com a ajuda de Artur Ashe e Charlie Pasarell, membros do quadro da associação, entre outros) atribuía pontos de acordo com os resultados dos jogadores mas, também, consoante os seus resultados: se um atleta vencia um cabeça de série, um jogador com um ranking elevado, recebia mais pontos.
Desde 1973, vinte e cinco jogadores passaram pela primeira posição do ranking mundial, mas apenas um restrito lote de dezasseis atletas conseguiu terminar pelo menos uma temporada no topo da tabela classificativa. Consegue lembrar-se de todos? Ilie Nastase tornou-se no primeiro jogador a ser considerado número um mundial, figurando na lista de 186 atletas que, a 23 de agosto de 1973, formava a primeira actualização do ‘ATP International Player Rankings’ – apenas em 1979 foi estabelecido um número regular de actualizações por época: 43.
A Nastase* (com 40 semanas na liderança) seguiram-se, por ordem cronológica, John Newcombe (8 semanas), Jimmy Connors* (268), Bjorn Borg* (109), John McEnroe* (170), Ivan Lendl* (270), Mats Wilander* (20), Stefan Edberg* (72), Boris Becker (12), Jim Courier* (58), Pete Sampras* (286), Andre Agassi* (101), Thomas Muster (6), Marcelo Ríos (6), Carlos Moya (2), Yevgeny Kafelnikov (6), Patrick Rafter (1), Marat Safin (9), Gustavo Kuerten* (43), Lleyton Hewitt* (80), Juan Carlos Ferrero (8), Andy Roddick* (13), Roger Federer* (302), Rafael Nadal* (102) e Novak Djokovic* (94).
*Jogadores que, além de terem passado pelo primeiro posto do ranking ATP, conseguiram ainda terminar pelo menos uma temporada nessa mesma posição.
Desde o começo do século XXI, e para encorajar os jogadores a disputarem sempre os torneios do Grand Slam e os eventos de categoria Premier (agora conhecidos como Masters 1000), o sistema começou a contabilizar os pontos de apenas dezoito torneios: os quatro ‘majors’, os nove torneios Masters 1000 e os cinco melhores resultados de um atleta em torneios ATP 250 e/ou ATP 500.
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