A qualidade de Novak Djokovic já era conhecida nos quatro cantos do mundo e, depois da conquista do Australian Open (o seu primeiro troféu do Grand Slam, em 2008), era indiscutível.
O problema não era, portanto, o nível de performance de Djokovic mas sim o momento em que o sérvio apareceu ao mais alto nível na modalidade. Roger Federer e Rafael Nadal têm dominado o ténis nos últimos anos e Djokovic não tinha hipóteses (salvo raras excepções) de se impor.
Há um ano atrás tudo mudou; com a chegada à final do US Open 2010, onde perdeu para Rafael Nadal mas ultrapassou Roger Federer na meia-final depois de salvar dois match-points, Novak Djokovic conseguiu passar para o nível que lhe faltava e – finalmente – começou a conseguir fazer frente às suas bestas negras nos derradeiros encontros. A final ganha da Taça Davis no final do ano foi outra rampa de lançamento para Djokovic, que começou a presente temporada com uma tremenda injecção de confiança (que acabaria por resultar na conquista do Australian Open, onde derrotou na final o britânico Andy Murray e nas meias-finais Roger Federer em apenas três sets!).
Seguiram-se inúmeras vitórias e Djokovic chegava ao solo francês com os Masters 1000 de Indian Wells, Miami, Madrid e Roma já conquistados, sem esquecer o ATP500 do Dubai e o 250 de Belgrado. Sendo obrigatoriamente um dos favoritos ao título, o tenista sensação da temporada chegou às meias-finais e tinha pelo caminho Roger Federer, que já havia derrotado por três vezes na temporada. O suíço conseguiu, finalmente, parar a incrível série de Djokovic e a história parecia mudar, mas não…
Djokovic decidiu excluir torneios de relva do seu calendário e baseou-se em treinos para preparar o terceiro Grand Slam da temporada, Wimbledon. Chegado à final, o tenista sérvio estava a apenas uma vitória de conquistar o seu primeiro Grand Slam fora de Melbourne e, frente a Rafael Nadal, conseguiu. Foram necessários quatro sets para Novak Djokovic fazer, mais uma vez, história.
Com cerca de dois meses a separar a relva londrina do piso rápido de Nova Iorque, o tenista sérvio de vinte e quatro anos continuava a tentar fazer a melhor preparação possível e – em Montreal – conquistou o seu quinto torneio Masters1000 na presente temporada, um feito nunca antes conseguido. Uma semana depois Djokovic chegou ainda à final do Masters 1000 de Cincinnati mas, receoso em relação ao US Open, decidiu não arriscar e por via de dúvidas desistiu frente ao britânico Andy Murray – cedendo então a segunda derrota até então.
Com a temporada a aproximar-se do fim, e com o apuramento para o ATP World Tour Finals já garantido, o sérvio chegou a Nova-Iorque com todos os holofotes apontados para a sua pessoa. Tudo apontava para uma meia-final entre Djokovic e Federer, tal como no ano passado, e assim foi. Do outro lado do quadro Rafael Nadal avançou para a final, graças ao fácil triunfo sobre Andy Murray, mas Djokovic não teve tarefa fácil no penúltimo encontro do quadro principal. A perder por dois sets a zero, Djokovic conseguiu recuperar e igualar a contenda mas, no quinto parcial, enfrentou dois match points. Tal como no ano anterior, o sérvio conseguiu enfrentar e recuperar os pontos mais temidos e conseguiu, minutos depois, marcar presença na final, chocando mais uma vez todo o planeta.
Depois de vencer os dois primeiros sets, Djokovic viu Nadal recuperar ligeiramente e vencer o terceiro parcial mas, no quarto set, o sérvio voltou a levar o mundo e acabou por fazer a festa em Nova Iorque, conquistando assim o seu terceiro Grand Slam na presente temporada.
Novak Djokovic tem, até à data, dez títulos conquistados esta temporada – entre os quais três torneios do Grand Slam e cinco Masters 1000. Pelo caminho derrotou Rafael Nadal em seis ocasiões, todas elas finais, (recuperando assim de 7-16 para 13-16 no registo de confrontos entre ambos) e Roger Federer por quatro ocasiões – uma final e três meias-finais, entre as quais no Australian Open e no US Open -, equilibrando ligeiramente a contenda para 10-14 no confronto directo.
A temporada está perto do fim mas ainda faltam disputar os Masters 1000 de Shanghai e de Paris, não esquecendo também o ATP World Tour Finals, em Londres, que recebe os oito melhores tenistas de 2011. Conseguirá Djokovic continuar a fazer história em 2011?