Depois da arbitragem, Mariana Alves abraça de vez uma função que já conhece bem

Fotografia: Olesya Shevchenko

A final deste domingo do WTA Finals colocou um ponto final numa era. Para além de ter sido a última decisão da década no circuito feminino, também marcou o final da carreira de Mariana Alves como árbitra de cadeira.

Considerada uma das árbitras mais experientes do mundo, Mariana Alves é certificada com o estatuto de gold badge (o mais alto da profissão) nas funções de árbitra de cadeira e supervisora.

Agora, aos 46 anos e depois de cinco temporadas a dividir o tempo entre as duas funções (e muitas outras exclusivamente sentada na cadeira dos mais variados courts do circuito), a profissional portuguesa vai concentrar-se na tarefa de supervisora, pelo que continuará a trabalhar nas mais variadas paragens do calendário.

O “Game, set and match, Ashleigh Barty” dito este domingo foi, por isso, o último da carreira de Mariana Alves — e logo num encontro histórico: para além de ter vencido o torneio pela primeira vez (e à primeira tentativa), a australiana levou para casa o maior prize-money da história da modalidade.

De uma carreira de sucesso destacam-se, entre outras, a arbitragem da final de singulares do WTA Finals de 2015 e da final de pares femininos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Portugueses entre a elite

Ao dedicar-se exclusivamente à supervisão, Mariana Alves deixa Carlos Ramos como o representante luso ao mais alto nível na arbitragem a tempo inteiro.

O currículo do português de 48 anos fala por si: foi o primeiro em toda a história da modalidade a completar o “Golden Grand Slam” da arbitragem, ou seja, arbitrar as finais masculinas de todos os torneios do Grand Slam e dos Jogos Olímpicos, e falta-lhe apenas uma (na Austrália) para completar o círculo no circuito feminino. Gold badge desde 2007, também já arbitrou finais da Taça Davis e da Fed Cup.

Nas tarefas de supervisora que agora vai exercer em exclusividade Mariana Alves tem a companhia de outros dois portugueses: Carlos Sanches e Rogério Santos, que trabalham no circuito masculino.

Depois de ser árbitro de cadeira internacional, Carlos Sanches abraçou a função de supervisor em 2001. Entretanto recebeu o estatuto de gold badge e nos dias de hoje é um dos seis supervisores da Associação de Tenistas Profissionais (ATP), tendo a seu cargo entre 20 a 25 torneios por ano — um deles o “nosso” Millennium Estoril Open.

Rogério Santos também foi árbitro de cadeira internacional e em 2007 deu os primeiros passos como supervisor em torneios do ATP Challenger Tour. Em dezembro de 2017 foi promovido pela Federação Internacional de Ténis à categoria de gold badge em supervisor e divide o tempo entre a arbitragem e a supervisão.

Total
0
Shares
Total
0
Share