Revolução à vista? Federer e Nadal regressam ao Conselho de Jogadores da ATP

Fotografia: Ben Solomon/AELTC

Muitas polémicas, guerras e saídas depois, a história do Conselho de Jogadores da Associação de Tenistas Profissionais está prestes a conhecer um novo capítulo: o website oficial da ATP anunciou esta quinta-feira os regressos de Roger FedererRafael Nadal (e ainda Jurgen Melzer) ao grupo que toma decisões importantíssimas em relação ao futuro do circuito masculino.

O suíço, que celebra esta quinta-feira o 38.º aniversário, e o espanhol, que 33 anos, já se tinham revelado muito críticos da decisão tomada pelo Conselho de Jogadores, que é presidido por Novak Djokovic e decidiu afastar Chris Kermode dos cargos de Presidente e CEO da ATP, e desta reforma regressam à mesa de decisões.

Apesar de ainda pouco se saber, o regresso dos dois ex-presidentes do Conselho de Jogadores, que foi votado pelos atuais membros do CJ, promete trazer mudanças — e de certa forma até uma revolução — à forma como o circuito masculino tem sido gerido.

Uma decisão à rebeldia e uma bola de neve de acontecimentos

A grande polémica em torno do atual estado do Conselho de Jogadores despoletou em março. Quando os rumores da saída de Chris Kermode começaram a surgir, Roger Federer e Rafael Nadal mostraram-se muito críticos da decisão e, mais do que isso, criticaram o comportamento de Novak Djokovic, que os terá “ignorado” num momento de enorme importância para o futuro do circuito.

Mas o sérvio rejeitou as acusações e disse que os dois rivais dentro (e, pelos vistos, também fora) do campo tiveram “muito tempo” para dialogar com ele antes da decisão ser tomada, só que não o fizeram. De resto, pouco se sabe: o número um do mundo nunca abriu o jogo e, mesmo se a público chegaram informações suficientes para se perceber que foi um dos principais responsáveis pela saída do britânico, Djokovic reiterou sempre que as ideias e decisões do Conselho de Jogadores se devem manter totalmente confidenciais.

E assim começou uma espécie de “guerra aberta” entre alguns dos melhores jogadores do mundo e, sobretudo no que a estas questões diz respeito, mais influentes.

Para além de Federer e Nadal, também Stan Wawrinka e o seu treinador, Magnus Norman, ou Lleyton Hewitt, Alex de Minaur e ainda Judy Murray, a mãe de Andy e Jamie Murray, contestaram o término do contrato de Chris Kermode, que enquanto “líder” do circuito masculino conseguiu aumentar significativamente os prémios monetários dos torneios, dar uma grande importância à nova geração (a entretanto chamada NextGen ATP) e até lançar a ATP Cup, competição que se estreará no início de 2020 e que já não inaugurará mas que curiosamente conta com um grande apoio de… Novak Djokovic.

Cinco meses depois de “um café” durante uma longa conversa que serviu para alinharem posições, os regressos do helvético e do maiorquino — que acontecem depois das demissões de Robin Haase, Jamie Murray e Sergiy Stakhovsky — irão certamente dar aso a novas discussões, possibilidades e decisões no que ao Conselho dos Jogadores diz respeito.

A próxima reunião do CJ acontecerá na semana anterior ao US Open, e o “quadro” deverá manter-se até às eleições marcadas para o torneio de Wimbledon, em julho de 2020.

Conselho dos Jogadores:

  • Jogadores do 1.º ao 50.º lugares: Rafael Nadal, Kevin Anderson (Vice-Presidente), John Isner e Sam Querrey.
  • Jogadores do 51.º ao 100.º lugares: Yen-Hsun Lu e Vasek Pospisil
  • Jogadores top 100 de pares: Jurgen Melzer e Bruno Soares
  • Gerais: Novak Djokovic (Presidente) e Roger Federer

Por preencher fica a vaga deixada por Daniel Vallverdu, que era o representante dos treinadores e também anunciou a sua demissão do cargo depois dos acontecimentos deste ano.

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