Novak Djokovic sobre Federer: “Obriga-te a apressar tudo, é uma pressão constante”

O sérvio Novak Djokovic está de regresso à final de Wimbledon para procurar defender o título conquistado em 2018. Depois de uma vitória em quatro sets frente a Roberto Bautista Agut, o número um do Mundo analisou o encontro na sala de imprensa do All England Club.

“Esta meia-final foi um grande desafio para mim e para o Bautista. Perdi duas vezes com ele esta temporada, em diferentes superfícies, mas houve uma altura do encontro em que as coisas podiam ter seguido por outro caminho”, começou por dizer.

“Foi muito equilibrado no terceiro set, com alguns jogos muito longos. Quebrei o serviço dele, depois ele teve alguns break points e depois um ponto muito longo [45 pancadas] em que consegui um winner de esquerda paralelo e ganhar esse jogo foi crucial para mim. Deu-me confiança e permitiu-me bater com mais liberdade nos jogos que se seguiram. O quarto set foi o melhor do dia, estou satisfeito com a forma como terminei o jogo.”

No que ao adversário diz respeito, Novak Djokovic teceu rasgados elogios e classificou Bautista Agut como um jogador subvalorizado pelas pessoas: “Penso que o Bautista tem muita qualidade no seu jogo, mas também no aspeto mental. É muito consistente, ele mantém-se sempre na luta e é muito focado. Não se vêem aspetos negativos na postura dele em court. Respeito-o muito e penso que não lhe dão o devido valor como jogador. Mereceu estar nas meias-finais e desejo-lhe o melhor.”

Questionado acerca de algum possível recorde que gostaria de alcançar, “Nole” não particularizou e preferiu realçar o facto de ainda desfrutar do jogo. “A minha maior motivação é estar no court e desfrutar do que faço. Sei que é um cliché e que muita gente diz o mesmo, mas penso que isto é essencial. Sem isso, a magia não acontece, os bons resultados não acontecem”, afirmou o líder do ranking.

“Não vejo isto como o meu emprego, fiz o [dinheiro] suficiente na minha carreira para poder parar o ténis profissional a qualquer altura. Não o faço por essas razões. A principal razão é porque desfruto muito, ainda o faço. Tenho o suporte da minha família e, claro, estou à procura de fazer história neste desporto. Adoraria ter tantos Grand Slams quanto possível. Essas são provavelmente as maiores ambições, juntamente com o histórico primeiro lugar, que não está assim tão longe [está a 50 semanas do recorde de Federer]”, acrescentou.

O tenista sérvio vai procurar, este domingo, o 16.º título do Grand Slam e o quinto na relva de Wimbledon. Pela frente terá o tenista mais galardoado da história da prova: Roger Federer, que bateu Rafael Nadal em quatro sets. E também sobre o helvético Djokovic deixou algumas palavras: “Todos sabemos o quão bom é, especialmente aqui. Esta superfície complementa muito o jogo dele. Gosta muito de jogar rápido e de tirar tempo ao adversário. Obriga-te a apressar tudo e para jogadores como eu e como o Nadal, que gostam de levar o seu tempo, é uma pressão constante. Joguei com ele em algumas finais épicas aqui e sei o que esperar”, concluiu.

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