Antes de Roland Garros começar, Amanda Anisimova já era um nome a ter em conta para os próximos anos.
Mas o evento francês está a acelerar — e de que maneira — a progressão da jovem norte-americana, que aos 17 anos está pela primeira vez nas meias-finais de um torneio do Grand Slam!
Como? Com uma arrasadora vitória sobre a campeã em título e ex-número um mundial Simona Halep, graças aos parciais de 6-2 e 6-4 anunciados pelo português Carlos Ramos, o árbitro escolhido para este duelo.
Apesar de estar pela primeira vez nos quartos de final de um torneio do Grand Slam e no Court Philippe-Chatrier (um dos maiores do mundo), Amanda Anisimova praticamente não transpareceu quaisquer sinais de pressão. Aliás, apesar dos 17 anos a nova estrela do ténis norte-americano alinhou uma exibição praticamente irrepreensível, quase inacreditável para uma jogadora tão jovem, como sempre apoiada numa pancada de esquerda suficiente para fazer inveja à grande maioria das colegas de circuito.
O que Anisimova vinha a fazer já era mais do que suficiente para chamar à atenção, mas a exibição desta quinta-feira ultrapassa todos os feitos dos últimos dias: apesar da tenra idade, conseguiu dar uma autêntica lição à jogadora mais credenciada entre as que ainda estavam em prova e que constituía, logicamente, o maior desafio da quinzena.
Nem o grande atraso provocado pelo mau tempo — o encontro deveria ter sido disputado na jornada de quarta-feira — pareceu ter incomodado Amanda Anisimova, que com um timing, uma colocação de bola e uma gestão de forças próximos da perfeição precisou de apenas 68 minutos para concluir a tarefa mais importante da carreira. Os únicos sinais de pressão surgiram na reta final do encontro, quando cedeu terreno no serviço pela primeira vez e deu alguma esperança a Halep, mas recuperou rapidamente o break perdido para fechar o duelo.
Aos 17 anos, a tenista nascida em New Jersey é a norte-americana mais nova a atingir as meias-finais de um torneio do Grand Slam desde que Venus Williams terminou o US Open de 1997 como vice-campeã — e a mais nova a fazê-lo em Roland Garros desde que Jennifer Capriati caiu precisamente nessa fase. É, também, a primeira jogadora nascida em 2000 a chegar tão longe num dos quatro maiores torneios do mundo.
Acima de tudo, é o confirmar de uma renovação do ténis feminino nos Estados Unidos da América, que têm nela a nova número 26 do mundo — mas a continuar assim, o céu é o limite e Amanda Anisimova pode até sair de Paris como 13.ª classificada. Para isso, terá de superar ou Madison Keys ou Ashleigh Barty nas meias-finais e, depois, vencer o encontro decisivo — que será contra Johanna Konta ou Marketa Vondrousova.
Última atualização às 12h27.